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quarta-feira, 9 de abril de 2014

A FORMAÇÃO DO PASTOR PRESBITERIANO

Certamente você não encontrará em um guia de profissões  a palavra  pastor; da mesma forma, difícil será descobrir em um teste vocacional um candidato ao pastorado e, naturalmente, os cursinhos  de pré-vestibular não contemplam a preparação para o pastorado. Entretanto, os pastores estão por ai – em todos os cantos da terra – exercendo o seu ofício em diversas denominações protestantes. Como eles são formados? Qual o nível de preparação?  Reconheço que as respostas não são as mesmas diante da proliferação de denominações e seitas evangélicas - por isso, esse artigo tem como foco a FORMAÇÃO DO PASTOR PRESBITERIANO. Existe pastor e pastor! É preciso diferenciar uns dos outros. Infelizmente a sociedade nos nivela pela maioria. Quando digo que sou pastor, certamente a visão da maioria tem como foco os pastores universais dessa vida. Por isso esse artigo tem como objetivo apresentar os caminhos trilhados pelos pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil.

   A Igreja Presbiteriana do Brasil segue rigorosos critérios de avaliações que se impõem desde o início da chamada ministerial até o dia da sua ordenação como Ministro Presbiteriano. As seguintes fases são obedecidas:

1º CHAMADO MINISTERIAL
              
              Quem se sentir chamado para o pastorado deverá se apresentar ao Conselho da sua Igreja local. Após EXAMINADO E AVALIADO – e sendo considerado potencialmente apto – é designado um campo de trabalho nos limites da Congregação local por um período de um ano. Após o término desse prazo o candidato se reapresenta ao Conselho da sua Igreja, e novamente é EXAMINADO E AVALIADO pelo trabalho que desempenhou durante um ano. Se a avaliação for positiva, satisfatório e suficiente ele é encaminhado para o Presbitério no qual a Igreja é jurisdicionada.

2º CANDIDATO AO SAGRADO MINISTÉRIO

 Em chegando no Presbitério o candidato ao ministério sagrado deverá apresentar os seguintes atestados:
  •           De ser membro da Igreja em plena comunhão;
  •          Do Conselho, declarando que, no trabalho da Igreja, já demonstrou vocação para o ministério sagrado;
  •           De sanidade física e mental, fornecido por profissional indicado pelo Presbitério.
            Depois disso, EXAMINADOS E AVALIADOS os documentos o Presbitério examinará o aspirante quanto aos motivos que o levaram a desejar o ministério pastoral. Para isso será criada uma Comissão especial que o EXAMINARÁ e o AVALIARÁ quanto a essa questão. Sendo satisfatórias as respostas, o aspirante passará a ser considerado candidato do presbitério, e será designado um Seminário Presbiteriano para os seus estudos, além de um tutor eclesiástico para o acompanhar na sua jornada intelectual.

3º  PREPARAÇÃO ACADÊMICA (SEMINÁRIO)

                       Escolhido o Seminário Teológico o candidato estudará durante 04 a 05 anos, sendo instruído em várias áreas do saber – naturalmente se aprofundando em teologia e Bíblia (Detalhe: antes disso, ele prestará vestibular, concorrendo a uma vaga em uma Instituição teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil).
                A IPB não dispensa a preparação intelectual dos seus pastores. O ministro, cujo cargo e exercício são os primeiros na Igreja, deve conhecer a Bíblia e a teologia; ter cultura geral; ser apto para ensinar e são na fé.
                Nessa fase estudantil anualmente o seminarista envia relatório para o seu tutor dando conhecimento da sua dinâmica acadêmica e vida pessoal, por sua vez o tutor reenvia ao Presbitério na sua reunião anual ordinária. No período de recesso escolar o seminarista trabalha no campo do seu presbitério colocando na prática seus estudos teóricos. Após a conclusão dos seus estudos o candidato ao ministério sagrado recebe um diploma de bacharel em teologia, e segue para mais uma etapa rumo à ordenação.

4º LICENCIATURA
     
                        Concluído o curso teológico o candidato de apresenta mais uma vez ao seu Presbitério de origem que o EXAMINARÁ AVALIANDO-O quanto à sua experiência religiosa e motivos que o levaram a desejar o sagrado Ministério, bem como nas matérias do curso teológico. Deve, ainda, o candidato à licenciatura apresentar ao Presbitério:
  •     Uma exegese de um passo das Escrituras Sagradas, no texto original (hebraico ou grego), em que deverá revelar capacidade para a crítica, método de exposição, lógica nas conclusões e clareza no salientar a força de expressão da passagem bíblica;
  •       Uma tese de doutrina evangélica da Confissão de Fé de Westminster;
  •     Um sermão proferido em público, perante o Presbitério, no qual o candidato deverá revelar sã doutrina, boa forma literária, retórica, didática e, sobretudo, espiritualidade e piedade.
Julgadas suficientes essas provas, procederá o Presbitério à licenciatura de conformidade com a liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil. O Presbitério, após a licenciatura, determinará o lugar e o prazo em que o licenciado fará experiência de seus dons, designado-lhe também um tutor eclesiástico sob cuja direção trabalhará.

5º ORDENAÇÃO
 
                Quando o Presbitério julgar que o licenciado, durante o período de experiência, deu provas suficientes de haver sido chamado para o ofício sagrado e de que seu trabalho foi bem aceito, tomará as providências para sua ordenação. As provas para ordenação consistem de:
  • Exame da experiência religiosa do ordenado, mormente depois de licenciado, das doutrinas e práticas mais correntes no momento, história eclesiástica, movimento missionário, sacramentos e problemas da Igreja;
  •  Sermão em público perante o Presbitério
Após ser EXAMINADO E AVALIADO – sendo aprovado – passará o presbitério a ordená-lo de conformidade com a liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Observação: Se o Presbitério julgar que o licenciado não está habilitado para a ordenação, adiá-la-á por tem que não exceda de um ano, podendo esse prazo ser renovado. Se, depois de três anos, o candidato não puder habilitar-se para ordenação por insuficiência intelectual ou espiritual ser-lhe-á cassada a licenciatura e, consequentemente, a sua candidatura considerando inapto para a função pastoral.

 
CONCLUSÃO

                Esse é o longo caminho trilhado por um pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. No período que se estabelece entre cinco a oito anos passamos por vários exames e avaliações- alguns ficam no caminho, e não chegam ao destino desejado. Mas os EXAMES E AVALIAÇÕES não circulam apenas na nossa formação, pelo contrário. Eles nos acompanham durante toda nossa trajetória na Igreja – antes de pastorear qualquer Igreja o Ministro é EXAMINADO E AVALIADO pelo Conselho local, assembleia da Igreja e Presbitério.  Necessariamente tem que apresentar relatórios frequentes ao Conselho local e anualmente ao Presbitério. Esses relatórios são EXAMINADOS E AVALIADOS constantemente, e isso durante todos os anos ministeriais.