Bem-Vindos

terça-feira, 4 de novembro de 2014

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

TUDO OU NADA!!!


No jardim do Éden Satanás, o príncipe desse mundo, apresentou para os nossos primeiros pais – Adão e Eva – a primeira e a mais desastrosa de todas as mentiras, uma suposta independência do Criador: “Vocês podem ser iguais a Deus e, portanto, viverem sem Ele”.  Nós sabemos o final dessa história: Eva caiu na conversa sagaz do diabo, e todos nós vivemos com as conseqüências mais que terríveis dessa emboscada maligna. Hoje, claramente,  o Tentador ainda anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (1 Pe 5.8).  O seu bafo é percebido em outra mentira pregada em todos os cantos dessa terra onde o povo de Deus está presente, eis: “É possível professar a fé em Jesus, mas sem necessidade de um  compromisso com Ele”. É viver uma vida cristã, sem comunhão com uma igreja local; Uma vida na qual Jesus Cristo é apenas um Salvador pessoal, mas não um Senhor absoluto sobre ela; Uma afirmação religiosa que transita entre o mundo de trevas e o reino da luz, sem nenhum peso na consciência. Satanás continua distorcendo a Palavra de Deus, e propondo uma ilusão: uma vida na qual é possível servir e agradar a dois senhores.

               Um certo jovem, talvez um príncipe,  procurou com avidez o Senhor Jesus com uma pergunta certa nos lábios: “Que farei para herdar a vida eterna” . A resposta do Mestre, como uma seta,  foi apontar para a Lei – os mandamentos dados por Deus. A lei revelou exatamente o caráter do mancebo, e ele muito triste se afastou da presença do Senhor na direção dos ídolos do seu coração (Lucas 18. 18-23). Hoje o evangelicalismo moderno procura conciliar Deus e os altares modernos. Cria-se, com a pregação do falso Evangelho, uma fantasia na qual  se afirma a possibilidade de viver com Cristo sem abrir mão da velha vida - da carne, do mundo e do diabo. O Espírito Santo registrou uma carta do Senhor Jesus remetida para uma Igreja Evangélica que se encontrava na cidade de Laodicéia. Em um trecho da carta está escrito: “Assim, porque és morno e nem és quente ou frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Apocalipse 3. 16). O recado é simples: não existe crente “meia-boca”, “crente meio-termo”, crente “pé na Igreja-pé no mundo”, nem mesmo a teoria do crente carnal. Todos esses causam aversão ao Senhor da Igreja, e, conforme ele mesmo deixa claro, são piores que os ímpios e incrédulos. Duro esse discurso, não é?
               

                Jesus foi bem claro: “Quem não é por mim é contra mim, quem comigo não ajunta, espalha" (Lucas 11.23). Em outras palavras, não existe neutralidade em relação a Cristo: Nós o amamos ou  O odiamos; Seguimos a Ele ou O rejeitamos; fazemos dEle o nosso Senhor e Salvador pessoal ou bradamos: “Crucifica-O, crucifica-O, crucifica-O”. Em relação ao Senhor Jesus é tudo ou nada!!!

Fé nEle, sempre!!!

Rev. Naziaseno Cordeiro Torres

segunda-feira, 19 de maio de 2014

QUEM, PORÉM, É SUFICIENTE PARA ESTAS COUSAS?”

Ser pastor é provar das mais variadas emoções diante das inúmeras experiências impostas pela inerência do ofício. Já fiz um velório numa determinada manhã e no mesmo dia, à noite, celebrei um casamento – tristeza e alegria  misturaram-se promovendo uma sensação esquisita na alma. 
Recentemente um episódio me deixou abalado. Logo cedo fui chamado às pressas para socorrer uma criança de 07 anos visivelmente perturbada espiritualmente. Ao chegar na sua escola deparei com uma cena terrível: estendida em um banco agitava-se compulsivamente. Proferia frases aparentemente sem sentido. Entretanto, após a oração, fiz menção de ler a Bíblia. Nessa hora, todos entenderam a sua repulsa em relação à Palavra de Deus. Não quero descrever os detalhes, mas após algumas horas ela adormeceu. Chamaram a mãe, e eu aguardei a sua chegada para uma conversa de aconselhamento. Conversei, falei de Cristo e da realidade espiritual. Após a instrução houve um comprometimento de levar a menina à Igreja para um acompanhamento mais de perto. Mas... O tempo passou, ela não nos procurou na Igreja. Ontem fiquei sabendo que ela e a menina passaram a freqüentar um salão espírita.
Lamento por esse fato, e ainda estou orando por elas. Sabemos que elas mergulharam suas almas ainda mais nas trevas, e mais cedo ou mais tarde, o diabo vai pedir a conta. Além disso, tristeza profunda pela criança (idade da minha filha)  levada ao vento da ignorância e corrupção da sua mãe. Diante desse fato, senti uma sensação de fracasso  e desânimo– até parece que o Evangelho perdeu a batalha. Mas, no meu abatimento lembrei das palavras inspiradas de Paulo: “GRAÇAS, PORÉM, A DEUS, QUE, EM CRISTO, SEMPRE NOS CONDUZ EM TRIUNFO E, POR MEIO DE NÓS, MANIFESTA EM TODO LUGAR A FRAGRÂNCIA DO SEU CONHECIMENTO. PORQUE NÓS SOMOS PARA COM DEUS O BOM PERFUME DE CRISTO, TANTO NOS QUE SÃO SALVOS COMO NOS QUE SE PERDEM. PARA COM ESTES, CHEIRO DE MORTE PARA MORTE; PARA COM AQUELES, AROMA DE VIDA PARA A VIDA. QUEM, PORÉM, É SUFICIENTE PARA ESTAS COUSAS?”
Fé nEle, sempre!                                                           

Rev. Naziaseno Cordeiro Torres

sexta-feira, 9 de maio de 2014

MORTE, APENAS UM PASSO PARA A ETERNIDADE

Recentemente mortes bruscas nos surpreenderam. Lamentamos o falecimento do ator José Wilker, do jonalista Luciano do vale e, ontem, do cantor Jair Rodrigues. O comum nessas mortes foi o inesperado, o súbito, o repentino.  A morte é algo intrigante: ao mesmo tempo em que é uma experiência comum e corriqueira, ela é sempre uma grande surpresa. Ninguém se conforma diante dela!

Você sabe o dia da sua morte? Certamente não! Aliás, faz parte da misericórdia de Deus não revelar o dia da nossa morte, pois se soubéssemos a véspera ou anti-véspera seria um dia terrível. Agora, uma cousa sabemos muito bem: mais cedo ou mais tarde iremos morrer. Todos nós estamos na fila da morte, e todos temos uma senha de espera. Quem será o próximo: Eu, você, seu colega de trabalho, vizinho, amigo de escola... Bom, não adianta especular sobre isso.  Porém, a realidade da morte deveria nos levar uma séria reflexão.   

                Permita-me fazer uma pergunta direta e pessoal: Você sabe para onde vai depois da sua morte? Muitos evitam essa pergunta, e dela foge. A válvula de escape tem sido ignorar o assunto ou propor que após essa vida nada existe. Entretanto, se tem um assunto que não podemos adiar, e ser indiferente a ele é exatamente esse. Esse tema afeta diretamente a sua realidade!
O que acontece após a morte? A Bíblia responde com absoluta franqueza e precisão: “Assim, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo...”. Em outra parte está escrito: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”.  Você será julgado por Cristo! Esse julgamento é tão certo como a sua morte. Então, mais cedo ou mais tarde você estará frente a frente com o Supremo Juiz, e haverá apenas dois destinos: Céu ou Inferno! A grande questão da sua vida é responder a pergunta: Onde você passará a eternidade?

Medite nessas cousas!!! Afinal de contas, a morte é certa e inesperada. Todos nós estamos apenas um passo da eternidade.

Fé sempre, nEle!
 
Rev. Naziaseno Cordeiro Torres

quarta-feira, 7 de maio de 2014

E QUANDO TUDO VAI BEM?

               
Problemas, dores e angústias levam o crente a procurar imediatamente a presença de Deus em busca de graça e misericórdia para aliviar a sua alma atribulada. A crise tem sido uma fonte de oportunidade, pois nos leva a procurar abrigo na casa paterna. C. S. Lewis afirmou que o sofrimento é o megafone de Deus para um mundo que recusa a ouvi-Lo. A boa notícia é que os nossos ouvidos são mais sensíveis à voz de Deus quando o “dia mal” chega. Por isso, seguindo essa lógica, o apóstolo Paulo escreve aos Romanos ponderando que devemos no gloriar nas nossas próprias tribulações, uma vez que ela produz: perseverança, experiência, esperança e, sobretudo, a certeza do amor de Deus por nós (Romanos 5. 3-5). A aflição é uma benção para o povo de Deus, visto que quando ela chega para nós só existe um caminho para correr: os braços do Pai!

                Algo interessante acontece quando disciplino amorosamente meus filhos. Após umas palmadinhas – no lugar certo e com a intensidade adequada – eles paradoxalmente olham para mim, em lágrimas, pedindo colo e consolo. Isso porque eles sabem que foram disciplinados por motivos justos, e a única alternativa é buscar solução naquele que os ama profundamente. Deus também nos trata assim: as “tapinhas” divinas  nos aproximam intensamente dEle (2 Co 7.9,10;).

                Mas, esse artigo tem outro viés: não temos nenhuma dúvida em afirmar que quando os problemas chegam invariavelmente procuramos Deus, e encontramos alívio – problemas são, na realidade, oportunidades para crescermos no nosso relacionamento com Deus. Agora, a questão é outra: E QUANDO TUDO, APARENTEMENTE, VAI BEM? Como a nossa alma se comporta quando passamos por um tempo de bonança? Qual é a nossa atitude nos momentos de refrigério da parte de Deus? Essa é a grande questão – e dilema – na nossa peregrinação nessa terra concernente ao nosso relacionamento com Deus. Nessa fase passamos pelas maiores tentações e desafios na caminhada cristã. As razões são obvias, vejamos:

                É fato que vivemos numa tensão entre o “já” e o “ainda não”. Esse conceito teológico é simples! Ele afirma que já somos salvos e libertos da condenação do pecado, mas ainda não recebemos todas as bênçãos da salvação – elas estão reservadas para a nossa vida no Céu. Por exemplo, apesar da nossa salvação ainda sofremos as dores do corpo traduzidas em doenças físicas e mentais; temos problemas e angústias; sofremos reveses financeiros e, infelizmente nessa terra, o pecado tenazmente nos assedia e, muitas vezes, sucumbimos aos seus apelos infernais. Nessa condição algumas tendências que são naturais nos ímpios ainda exercem um certo poder  no nosso coração. Em relação ao assunto proposto nesse post há duas tendências terríveis que visitam  o coração do povo de Deus: O esquecimento dEle e a exaltação de uma glória própria nas conquistas e sucessos obtidos.

                Quando tudo vai aparentemente bem na nossa vida a tendência é se esquecer de Deus. Não oramos como convém, a leitura da Palavra é esporádica, freqüentamos o Templo com irregularidade – e muitas vezes o nosso coração nem lá está.  Nessa fase quase nunca pensamos em Deus, e nos envolvemos nas mais diversas atividade – Deus fica em segundo plano . Essa situação descreve muito bem o povo de Deus, Israel, no Antigo Testamento.  O profeta Jeremias relata: “Contudo, todos os do meu povo se têm esquecido de mim, queimando incenso aos ídolos, que os fizeram tropeçar nos seus caminhos e nas veredas antigas, para que andassem por veredas não aterradas”.  A queixa de Deus contra o povo de Israel foi registrada no livro do profeta Ageu: “Acaso, e tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?”  Deus havia sido esquecido, e cada um procurava o seu próprio interesse em tempo de bonança.

                Um fator determinante para a negligência espiritual é a exaltação de uma glória própria nas conquistas e sucessos obtidos. Essa síndrome adâmica persiste nos nossos corações. Quando progredimos economicamente, via de regra achamos que o fruto do nosso trabalho veio do nosso próprio suor. É aquela velha situação: Ora-se para passar em um concurso público. Deus atende, mas após a aprovação Ele é esquecido – no fundo no fundo achamos que conquistamos pelo nosso próprio talento, e as glórias vêm para nós mesmos. Na verdade a prosperidade financeira nos distancia de Deus, e confiamos no vil metal.  Por isso a oração do sábio foi tão clara: Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor? ’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus (Provérbios 30:8-9).

                Concluo esse artigo lançando um desafio: busquemos o Senhor em todo o tempo. Lembro a você que a período mais difícil na nossa vida não é quando enfrentamos angústias e problemas, mas quando tudo aparentemente vai bem. Existe um personagem na Bíblia que me chama a atenção, e sempre medito nele: Enoque. A Bíblia fala muito pouco sobre ele.  Enoque não é conhecido na Bíblia como o “pai da Fé”; nem como um guerreiro destemido; nem mesmo como um sacerdote ou rei. O registro bíblico relata simplesmente assim: “andou Enoque com Deus.” Eu creio que ele desenvolvu uma caminhada um espírito de total dependência de Deu em quaisquer circustâncias da sua vida nesse mundo, ou seja ele não tirava o foco em Deus. Esse é o segredo para não nos afastarmos de Deus. Andar com Deus é afirmar que Ele é mais importante do que tudo nessa vida. Um coração assim não se desvia ao sabor das circustâncias, mas se firma Naquele que é a fonte da real alegria! Amém!!!
Fé nEle, sempre!

Rev. Naziaseno Cordeiro Torres

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A FORMAÇÃO DO PASTOR PRESBITERIANO

Certamente você não encontrará em um guia de profissões  a palavra  pastor; da mesma forma, difícil será descobrir em um teste vocacional um candidato ao pastorado e, naturalmente, os cursinhos  de pré-vestibular não contemplam a preparação para o pastorado. Entretanto, os pastores estão por ai – em todos os cantos da terra – exercendo o seu ofício em diversas denominações protestantes. Como eles são formados? Qual o nível de preparação?  Reconheço que as respostas não são as mesmas diante da proliferação de denominações e seitas evangélicas - por isso, esse artigo tem como foco a FORMAÇÃO DO PASTOR PRESBITERIANO. Existe pastor e pastor! É preciso diferenciar uns dos outros. Infelizmente a sociedade nos nivela pela maioria. Quando digo que sou pastor, certamente a visão da maioria tem como foco os pastores universais dessa vida. Por isso esse artigo tem como objetivo apresentar os caminhos trilhados pelos pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil.

   A Igreja Presbiteriana do Brasil segue rigorosos critérios de avaliações que se impõem desde o início da chamada ministerial até o dia da sua ordenação como Ministro Presbiteriano. As seguintes fases são obedecidas:

1º CHAMADO MINISTERIAL
              
              Quem se sentir chamado para o pastorado deverá se apresentar ao Conselho da sua Igreja local. Após EXAMINADO E AVALIADO – e sendo considerado potencialmente apto – é designado um campo de trabalho nos limites da Congregação local por um período de um ano. Após o término desse prazo o candidato se reapresenta ao Conselho da sua Igreja, e novamente é EXAMINADO E AVALIADO pelo trabalho que desempenhou durante um ano. Se a avaliação for positiva, satisfatório e suficiente ele é encaminhado para o Presbitério no qual a Igreja é jurisdicionada.

2º CANDIDATO AO SAGRADO MINISTÉRIO

 Em chegando no Presbitério o candidato ao ministério sagrado deverá apresentar os seguintes atestados:
  •           De ser membro da Igreja em plena comunhão;
  •          Do Conselho, declarando que, no trabalho da Igreja, já demonstrou vocação para o ministério sagrado;
  •           De sanidade física e mental, fornecido por profissional indicado pelo Presbitério.
            Depois disso, EXAMINADOS E AVALIADOS os documentos o Presbitério examinará o aspirante quanto aos motivos que o levaram a desejar o ministério pastoral. Para isso será criada uma Comissão especial que o EXAMINARÁ e o AVALIARÁ quanto a essa questão. Sendo satisfatórias as respostas, o aspirante passará a ser considerado candidato do presbitério, e será designado um Seminário Presbiteriano para os seus estudos, além de um tutor eclesiástico para o acompanhar na sua jornada intelectual.

3º  PREPARAÇÃO ACADÊMICA (SEMINÁRIO)

                       Escolhido o Seminário Teológico o candidato estudará durante 04 a 05 anos, sendo instruído em várias áreas do saber – naturalmente se aprofundando em teologia e Bíblia (Detalhe: antes disso, ele prestará vestibular, concorrendo a uma vaga em uma Instituição teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil).
                A IPB não dispensa a preparação intelectual dos seus pastores. O ministro, cujo cargo e exercício são os primeiros na Igreja, deve conhecer a Bíblia e a teologia; ter cultura geral; ser apto para ensinar e são na fé.
                Nessa fase estudantil anualmente o seminarista envia relatório para o seu tutor dando conhecimento da sua dinâmica acadêmica e vida pessoal, por sua vez o tutor reenvia ao Presbitério na sua reunião anual ordinária. No período de recesso escolar o seminarista trabalha no campo do seu presbitério colocando na prática seus estudos teóricos. Após a conclusão dos seus estudos o candidato ao ministério sagrado recebe um diploma de bacharel em teologia, e segue para mais uma etapa rumo à ordenação.

4º LICENCIATURA
     
                        Concluído o curso teológico o candidato de apresenta mais uma vez ao seu Presbitério de origem que o EXAMINARÁ AVALIANDO-O quanto à sua experiência religiosa e motivos que o levaram a desejar o sagrado Ministério, bem como nas matérias do curso teológico. Deve, ainda, o candidato à licenciatura apresentar ao Presbitério:
  •     Uma exegese de um passo das Escrituras Sagradas, no texto original (hebraico ou grego), em que deverá revelar capacidade para a crítica, método de exposição, lógica nas conclusões e clareza no salientar a força de expressão da passagem bíblica;
  •       Uma tese de doutrina evangélica da Confissão de Fé de Westminster;
  •     Um sermão proferido em público, perante o Presbitério, no qual o candidato deverá revelar sã doutrina, boa forma literária, retórica, didática e, sobretudo, espiritualidade e piedade.
Julgadas suficientes essas provas, procederá o Presbitério à licenciatura de conformidade com a liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil. O Presbitério, após a licenciatura, determinará o lugar e o prazo em que o licenciado fará experiência de seus dons, designado-lhe também um tutor eclesiástico sob cuja direção trabalhará.

5º ORDENAÇÃO
 
                Quando o Presbitério julgar que o licenciado, durante o período de experiência, deu provas suficientes de haver sido chamado para o ofício sagrado e de que seu trabalho foi bem aceito, tomará as providências para sua ordenação. As provas para ordenação consistem de:
  • Exame da experiência religiosa do ordenado, mormente depois de licenciado, das doutrinas e práticas mais correntes no momento, história eclesiástica, movimento missionário, sacramentos e problemas da Igreja;
  •  Sermão em público perante o Presbitério
Após ser EXAMINADO E AVALIADO – sendo aprovado – passará o presbitério a ordená-lo de conformidade com a liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Observação: Se o Presbitério julgar que o licenciado não está habilitado para a ordenação, adiá-la-á por tem que não exceda de um ano, podendo esse prazo ser renovado. Se, depois de três anos, o candidato não puder habilitar-se para ordenação por insuficiência intelectual ou espiritual ser-lhe-á cassada a licenciatura e, consequentemente, a sua candidatura considerando inapto para a função pastoral.

 
CONCLUSÃO

                Esse é o longo caminho trilhado por um pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. No período que se estabelece entre cinco a oito anos passamos por vários exames e avaliações- alguns ficam no caminho, e não chegam ao destino desejado. Mas os EXAMES E AVALIAÇÕES não circulam apenas na nossa formação, pelo contrário. Eles nos acompanham durante toda nossa trajetória na Igreja – antes de pastorear qualquer Igreja o Ministro é EXAMINADO E AVALIADO pelo Conselho local, assembleia da Igreja e Presbitério.  Necessariamente tem que apresentar relatórios frequentes ao Conselho local e anualmente ao Presbitério. Esses relatórios são EXAMINADOS E AVALIADOS constantemente, e isso durante todos os anos ministeriais.

terça-feira, 25 de março de 2014

SÉRIE BIBLICA ENCONTROS COM JESUS

Estudo 01: JESUS E OS DEZ LEPROSOS  (Lucas 17. 11-19)

Os Evangelhos apresentam Jesus como um homem de ação, de movimento, um andarilho – alguém que andava quilômetros e quilômetros com os seus pés fincados no pó dessa terra e com uma doce mensagem nos seus lábios. O que motivava o Senhor Jesus, a sua energia e entusiasmo, era a consciência da sua missão. Ele sempre fez questão de deixar de modo muito claro, e explícito, a natureza da sua missão.  Por exemplo: Em Jericó, na casa de Zaqueu, após confirmar a salvação daquela alma, Ele disse: “O Filho do homem veio salvar e buscar o perdido” (Lucas 19.10).   As ovelhas desgarradas estavam no centro da missão do Filho de Deus.  Entretanto, não haveria a possibilidade de cumprir sua Missão sem entrar no mundo em trevas e podridão – Ele se identificou com o ser humano dentro do seu próprio contexto de dor e miséria. Convido você a refletir sobre um encontro de Jesus com dez leprosos, registrado no Evangelho de Lucas no capítulo 17, versos 11 a 19.
 
            Consideremos algumas ênfases da passagem:
1.      DESTACO A GEOGRAFIA, O TERRENO, PISADO POR JESUS
De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galiléia.
Ao entrar numa aldeia...”
            Jesus entra em terrenos totalmente rejeitados pela sociedade da época.  Primeiro, ele adentrar no meio de Samaria. Essa região era desprezada pelos judeus. Havia uma profunda inimizade entre os samaritanos e os judeus.  O conflito entre essas duas raças era histórico. Os judeus consideravam os samaritanos um povo miscigenado, impuro, sem tradição, sem conhecimento de Deus, e ensinavam que a porta do Céu estava trancada para tais. Aliás, somente eles – os judeus – julgavam ser os únicos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Jesus, portanto, quebra o protocolo e entra no terreno dos samaritanos. Notem que os discípulos estavam com Jesus – certamente isso foi embaraçoso para eles. Entretanto, Jesus vai mais além!
            Além de entrar em Samaria, Jesus se dirige e finca seus pés em um terreno cerimonialmente imundo – uma aldeia de leprosos. Aí, nesse caso, judeus e samaritanos se uniam e condenavam os leprosos ao isolamento total, declarando-lhes amaldiçoados por Deus. Ninguém entrava em contato com leprosos – eles eram desprezados, esquecidos e a única alternativa era a morte certa e dolorosa. Se alguém, na época, fosse vítima da lepra deveria deixar seus parentes, amigos e afazeres e viver segregado numa aldeia afastada da cidade. Essa doença causava uma deformidade terrível no corpo: as extremidades caiam de podre, o cheiro era insuportável e a dor violenta. Além da dor física, o leproso sentia a dor do preconceito, do isolamento e da condenação. Dor no corpo e na alma! Apesar disso tudo, contrariando toda expectativa humana, Jesus entrou ali!!! Imaginem o pânico dos discípulos?
            Portanto, o primeiro aspecto da missão de Jesus é entrar em terrenos esquecidos e hostilizados, e encarnar nessa terra a profecia de Isaías: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Isaías 9.2).
2.      JESUS NÃO APENAS ENTROU EM TERRENOS DESPREZADOS, MAS ESTABELECEU CONTADO COM OS SEUS MORADORES
“....saíram-lhe ao encontro dez leprosos e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes.
            É extraordinariamente admirável perceber Jesus em ação – Aquele que é tremendamente santo, Criador do universo e digno de toda adoração ouve vozes súplices de miseráveis leprosos. Jesus entrou, ouvi e viu dez leprosos que gritavam em tom de desespero e, paradoxalmente, de esperança: “Mestre, compadece-te de nós!”. Certamente vozes fracas, roucas, desgastadas pelo cruel doença. Jesus se aproximou deles, uma vez que o narrador não afirma que Jesus devolveu a resposta no mesmo tom – provavelmente Jesus se dirigiu a eles face a face.  Assim, o Mestre quebra uma lei cerimonial se envolvendo com o drama desses homens aflitos, conhecendo-os de perto.
 Isso é maravilhoso: o nosso Deus veio ao nosso encontro. Ele se esvaziou de sua glória, e pisou na lama produzida pelo pecado. O olhar gracioso de Jesus nos encontrou, seus pés foram ao nosso encontro e a sua doce voz despertou em nós uma nova vida.
3. A bênção de Deus nessa terra está condicionada à obediência à Sua Palavra.
Aconteceu que, indo eles, foram purificados” (14b)
Deus não criou o homem para a felicidade, Ele o criou para a obediência. A felicidade é conseqüência disso. Não existe relacionamento com Deus se não for pautado na obediência, caso contrário Deus não seria Deus!
Os leprosos obedeceram à voz de Jesus. O fato de Cristo entrar na aldeia - esquecida e rejeitada- o credenciou a ser obedecido. É interessante destacar que os leprosos foram se apresentar aos sacerdotes quando ainda estavam doentes. Aqui nós temos um belo exemplo de fé, pois conforme o autor as Hebreus a “fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.” (Heb. 11.1). A fé os levou à obediência e, conseqüentemente, a bênção – a restauração do corpo. Eu fico imaginando a concretização do milagre na caminhada: um olhava para o outro e, espantado, dizia: “Você está limpo!!!”. O mesmo redargüia: “Você também!” Eles na peregrinação, obedecendo à voz de Jesus, notaram que a cura fora estabelecida entre todos.
Uma lição reveladora podemos extrair desse fato: Não haverá bênção da parte de Deus, enquanto o nosso coração não for fielmente obediente a Ele. O mundo se tornou um caos pela desobediência, mas o paraíso é retomado pela submissão à vontade do Criador.
4. Todos são chamados à obediência a Deus, mas somente os eleitos respondem em arrependimento e fé.
Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com rosto em terra aos pés de Jesus,  agradecendo-lhe; e este era samaritano” (15 e 16).
            Há uma verdade desconcertante que a Bíblia faz questão de enfatizar: a expressiva maioria dos homens despreza e rejeita a Verdade. Esse fato é confirmado desde os tempos de Noé, passando pelos profetas do Antigo Testamento e, invariavelmente, no ministério terreno de Jesus e dos seus apóstolos – notavelmente, nos nossos dias isso não é diferente! Porém, uma minoria recebe e acolhe o chamado do Mestre. Esses são os eleitos do Pai. Quais são as características do eleito de Deus? Na passagem elencamos algumas atitudes dos que respondem positivamente ao Evangelho, tendo como exemplo claro um único leproso regresso:
I. Jesus passa a ser a prioridade da vida – v. 15, “voltou”.
 
             No verso 5 há uma indicação que manifesta a nova vida no ex-leproso: Ele voltou.  Os demais, depois que se viram curados, voltaram para suas casas, famílias e afazeres; porém, um voltou para os braços de Jesus. É bem verdade que esse possuía, da mesma forma, família e afazeres; mas Cristo passou a ser central na sua vida – Ele redirecionou a sua história priorizando o Mestre.

II. Promoção da glória de Deus, adoração (final do v. 15)
É interessante ressaltar que os leprosos deveriam gritar ao entrar na cidade: “Sou leproso, sou leproso, sou leproso...”. Ao ouvir essa mensagem dramática as pessoas se afastavam do doente, e nem mesmo olhavam para ele. Notem que o texto revela algo maravilhoso: O ex leproso voltou para Jesus dando glória a Deus em alta voz. Essa é uma segunda marca dos eleitos de Deus: adoração. Na realidade é uma conseqüência natural da primeira: aqueles que buscam Jesus em primeiro lugar percebem que suas vidas só têm sentido quando usadas para a glória de Deus. Ele glorificou Jesus. A adoração traz finalidade à existência humana. Promove sentido para viver. Preenche o vazio existencial e gera um novo fôlego de vida. Refaz a vida!
 Deus tirou aquele homem da aldeia da miséria e do pranto, e o colocou no altar do louvor e da adoração Àquele que é transformador de vidas. Lembro-me das palavras de Davi: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus... (Salmo 40. 1-3).
 
III. Humildade
Diz o verso 16 que ele “prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus”.  A palavra humildade provém do latim húmus que significa barro, pó, areia. Traz a idéia de reconhecimento da verdadeira natureza. A humildade do ex-leproso levou-o à prostração, ao arrependimento, ao quebrantamento aos pés de Jesus. Essa marca é mais que essencial é a comprovação, de fato, que carimba sela e atesta uma nova vida. O arrependimento genuíno e sincero qualifica o homem para tomar atitudes radicais aos pés de Jesus – resoluções de um novo coração -, e a fé levanta o prostrado para seguir um novo e vivo caminho. 
Tudo começa com uma postura de humildade diante de Deus. Por isso Jesus inicia sua carreira terrena proferindo suas primeiras palavras: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt. 5. 3).
IV. Coração grato pela tão grande salvação.
            A gratidão é a moldura que envolve o belo quadro da salvação. O regresso foi aos pés de Cristo com a alma salva e agradecida pela Sua bondade a favor da sua triste vida. Um coração agradecido promove sorriso nos lábios de Deus! Não há dúvida que a gratidão é uma preciosa marca nos eleitos de Deus.
4. MUITO EMBORA SOMENTE OS ELEITOS RESPONDAM À CHAMADA DA SALVAÇÃO, DEUS ESPERA ADORAÇÃO E GRATIDÃO DE TODOS OS HOMENS INDISTINTAMENTE.
Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?” (Versos 17 e 18)
O ser humano foi criado para a promoção da glória de Deus. Adoração ao Criador não é algo optativo, mas dever absoluto dos seres criados. A adoração começa na obediência com gratidão e louvor. Não existe relacionamento com Deus se não for pautado na obediência. Deus criou Adão, e imediatamente apresentou-lhe uma ordem (Gênesis 2. 16,17) – não poderia ser diferente, caso contrário o homem seria semelhante a Deus. O relacionamento posto no Éden era de Criador e criatura, Senhor e servo, Pai e filho, Deus e adorador.
            É bem verdade que todos os leprosos obedeceram à voz de Jesus indo na direção dos sacerdotes, mas o que impressionou o Mestre foi, na realidade, a ingratidão. A grande maioria expressou o seu próprio egoísmo e mesquinhez do coração. Não houve reconhecimento, nem gratidão e nem louvor; apenas rebeldia e alienação. Isso nos leva para o penúltimo destaque:

5. Jesus promove uma nova vida na terra não de alienação, mas de profundo engajamento com o Reino de Deus.
Levanta-te e vai a tua fé te salvou.” (Versículo 19)
 
            As palavras ditas por Jesus para aquele homem foram desafiadoras. Depois de ser agraciado com a cura do corpo, ele recebe a cura da sua alma. A ordem “Levanta-te e vai” o coloca dentro da grande comissão (Mateus 28. 19-20): ser uma testemunha e, essencialmente, o próprio testemunho da operação interna do Espírito Santo em sua vida.
      É notável a prática evangelística dos crentes na Igreja Antiga. Primeiro, eles apresentavam o testemunho verbal evidenciando Jesus como Senhor e Salvador (Kerigma); depois, eles se apresentavam como sendo o testemunho vivo da mensagem apresentada (Martíria). Em outras palavras: Após pregar Cristo, enfatizavam: “Olhem para nós. Perceberam a mudança? Viram o que o Evangelho fez na minha Vida? Notaram a mudança radical e profunda?”, depois eles diziam: “Da mesma forma que Jesus fez em mim, Ele pode fazer em você”. Esse era o verdadeiro poder da Igreja!!! Será que hoje temos a ousadia de proclama o Evangelho nesses termos?
      Certamente o homem curado voltou para sua cidade, família e afazeres testificando o que Jesus Cristo fez por ele, apresentando-se como o testemunho vivo! – um novo homem, uma nova vida, uma nova história!!!
ÚLTIMO DESTAQUE, AQUELE MESMO QUE DISSE: “A TUA FÉ TE SALVOU” foi o mesmo impressionante descrito 800 anos atrás pelo profeta Isaías. Leia o que ele disse em relação a Cristo:
Raiz de uma terra seca; Não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse; era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso; aflito, ferido por Deus e oprimido.
 
Essa descrição soa familiar? A descrição de Isaías 53 é de um leproso! Chocante?
Essa profecia se cumpriu literalmente em Jesus Cristo.  A lepra no Antigo testamento tipificava o pecado. Ele tomou a nossa lepra, os nossos pecados, sobre Sí. Ele se fez maldição em nosso lugar. Na cruz do Calvário Ele foi desprezado pelo Pai que escondendo o Seu rosto, deixo-O completamente abandonando e sofrendo toda ira divina – Deus é puro de olhos e não pode ver o mal (Habacuque 1.13).
CONCLUSÃO

Enfatizamos nesse estudo bíblico a história de um leproso. Esse leproso sou eu! É você! Jesus nos visitou na nossa própria miséria e pecado. Nós não o procurávamos, mas Ele graciosamente foi ao nosso encontro e nos achou. Cristo nos purificou, mas tomou sobre Si as nossas próprias enfermidades e nos concedeu paz e cura. Como podemos responder a esse gesto de graça, misericórdia e amor?
Analise a sua vida diante das posturas apresentadas no texto: Você está entre a maioria que rejeitou Jesus ou se alinha à ação daquele que voltou em atitude de sujeição total, adoração, humildade e gratidão?
A minha sincera oração é que o Eterno Deus veja em você o fruto do penoso trabalho da alma do Seu Filho, e se dê por satisfeito. Amém.

Rev. Naziaseno Cordeiro Torres, VDM