A pergunta é puramente retórica. Aqueles que conhecem um pouco da história bíblica sabem que não. Ela foi feita, porém, como ponto de partida para pensar um pouco sobre uma afirmação que li em um blog, a de que Wellington Menezes de Oliveira, o cruel assassino das crianças na escola de Realengo – RJ, seria alguém insano e possuído por demônios.
A tragédia entristeceu o Brasil e não era para menos. O saldo de tamanha brutalidade são 12 crianças mortas e 11 que permanecem internadas. A sociedade está chocada e muitos começam questionar as causas. Teria o assassino algum distúrbio mental? Estava ele possuído por demônios? O crime foi tão bárbaro que muitos se negam a acreditar que alguém em sã consciência seja capaz de uma monstruosidade como essa.
Como cristão, não posso deixar de pensar em toda essa questão à luz da Palavra de Deus. Faço, então, algumas considerações:
1. A queda afetou profundamente o homem
Ainda que o homem tenha sido criado santo, à imagem de Deus (Gn 1.26-28), com a desobediência de Adão (Gn 3) todos passaram, a partir de então, a ser inclinados para o mal. Tudo aquilo que o homem deseja, pensa e faz, está afetado pelo pecado. Paulo, citando vários textos do Antigo Testamento, pinta um retrato nada agradável do homem pós-queda. Diz o apóstolo: como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos – Rm 3.10-18 (grifos meus).
A isso chamamos “depravação total”, resultado da queda de Adão. Nesse ponto você, leitor, pode estar dizendo: “mas eu não me enquadro nessa descrição tão horrível”, e eu respondo: não seja tão apressado. Repare que o texto afirma peremptoriamente que “não há um sequer”, portanto, eu e você, inevitavelmente fazemos parte do grupo.
É claro que o conceito de depravação total diz respeito à extensão e não à profundidade, ou seja, a doutrina quer ensinar que o pecado afetou todas as faculdades do homem e não que o homem é tão mal quanto poderia ser. Apesar de todos serem potencialmente capazes das piores atrocidades, não são todos que as cometem e isso por pelo menos 3 razões: a) Mesmo com a queda, o homem é ainda imagem e semelhança de Deus, ainda que essa imagem esteja distorcida; b) A graça comum de Deus, que alcança até os que se opõem a ele, refreia o pecado; c) O Espírito Santo, por meio da Palavra, santifica aqueles que foram regenerados pelo Senhor.
Diante disso, afirmar, ou mesmo cogitar, que o assassino só poderia estar insano ou endemoninhado para cometer tal barbárie é subestimar o poder do pecado e a consequência do afastamento entre o homem e Deus. O homem não precisa da ajuda do diabo para manifestar sua maldade inerente. Ele é capaz por si só, e muitas vezes o faz quando tem oportunidade.
2. As ações são resultado dos desejos do coração
Em um texto anterior demonstrei que o homem é governado pelo seu coração. Esse ensino é abundante nas Escrituras, o que controla o coração controla o homem. Salomão, com a sabedoria que lhe era peculiar escreveu que “como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem” (Pv 27.19). Jesus enfatizou que “do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19).
Há quem diga que o homem é aquilo que ele come, referindo-se à saúde do corpo. A verdade bíblica, porém, é que o homem é aquilo que ele crê (e isso engloba também a forma como se relaciona com os alimentos). As ações são resultado de convicções, e as convicções resultado daquilo que controla o coração.
Muitos tentam desculpar o homem apontando para as questões sociais ou culturais como causa do “comportamento inadequado”, porém, mesmo sabendo que essas questões podem influenciar, elas não são determinantes, antes, tais circunstâncias servem para revelar o que está latente no coração do indivíduo que acaba por agir em conformidade com ele.
Demonstrarei isso de forma prática com duas histórias que também envolvem o assassinato de crianças, ambas dos personagens citados no título, Herodes e Faraó.
A Bíblia relata que por ocasião do nascimento de Jesus alguns magos chegaram a Belém inquirindo sobre o nascimento do Rei dos judeus. Herodes ficou alarmado com a notícia e mandou que os magos o avisassem. Quando percebeu que os magos o haviam iludido, pois foram divinamente advertidos em sonho, enfureceu-se e mandou matar todas as crianças abaixo de dois anos (cf. Mt 2.1-18).
O que governava o coração de Herodes era o desejo de permanecer sendo rei. Sua convicção era a de que qualquer ameaça à sua condição de rei deveria ser eliminada, e foi isso que tentou fazer, mandando matar as crianças.
A segunda história é bem anterior a essa, aconteceu logo depois que José, filho de Jacó morreu. O livro de Êxodo afirma que logo após sua morte, levantou-se um novo rei no Egito que não conhecia a José. Ele começou a preocupar-se com o crescimento dos hebreus e temendo que o povo, em vindo a guerra, se ajuntasse aos seus inimigos e saíssem da terra, mandou colocar feitores sobre o povo para afligi-lo. Porém, quando mais afligido, mais o povo crescia. O rei arquitetou então outro plano, mandou que as parteiras matassem todos os meninos que nascessem das hebréias, o que não aconteceu somente porque as parteiras foram desobedientes (Ex 1.1-22).
O que governava o coração do rei era o desejo de continuar dominando os hebreus. Sua convicção era a de que nada poderia atrapalhar isso e sua ação foi para que seu intento prevalecesse.
As histórias confirmam ainda mais a tese de que o homem é governado pelo seu coração quando percebemos que os guardas, temendo Herodes, mataram as crianças, enquanto as parteiras, por temer ao Senhor, desobedeceram ao rei.
Em nossos dias não é diferente. Os homens bomba muçulmanos explodem-se em atentados terroristas convictos de que receberão como recompensa vinho e 72 virgens. Certamente o assassino do Rio tinha também suas motivações, ainda que não saibamos quais eram e talvez nunca venhamos saber. Uma coisa é certa, atribuir o assassinato a distúrbios mentais ou a endemoninhamento implica em retirar dele toda a responsabilidade moral pelo ato.
3. Devemos ter cuidado com o nosso coração
Quando nos deparamos com um crime tão bárbaro como esse do Rio os sentimentos se misturam. Tristeza, revolta e ira, são apenas alguns deles, mas, diante do Senhor, devemos examinar nosso coração. Esse exame deve levar em consideração algo que vai além desta tragédia e deve ser abrangente o suficiente para abraçar outros acontecimentos ao redor do mundo, que são igualmente tristes e revoltantes.
Nosso coração é enganoso e pode pregar uma peça nada engraçada nos fazendo impactar com este evento e, contudo, expressar sentimentos que não tem direta relação com a glória de Deus e a compaixão com o próximo. Podem, antes, expressar um coração que, em seu egoísmo, pensa de si mesmo ser alguém que é melhor e procura desesperadamente alguém pior do que ele mesmo! O que estou tentando dizer é que a forma como lidamos com o pecado alheio pode revelar que, no fundo, achamos que somos capazes por nós mesmos de não fazer coisas semelhantes. Uma história que acho formidável e que revela um coração consciente da sua pecaminosidade e do cuidado de Deus envolve o pastor presbiteriano Matthew Henry. Conta-se que, ao voltar da universidade onde lecionava foi assaltado e fez a seguinte oração:
“Quero agradecer, em primeiro lugar, porque eu nunca fui assaltado antes. Em segundo lugar, porque levaram a minha carteira, e deixaram a minha vida. Em terceiro lugar, porque mesmo que tenham levado tudo, não era muito. Finalmente, quero agradecer porque eu fui aquele que foi roubado e não aquele que roubou”.
A percepção de Mattew Henry é perfeita. O que o diferenciava do ladrão era a maravilhosa graça de Deus que o havia regenerado e o conservava firme.
Devemos estar também muito bem conscientes disso. Aquele que é o único com poder para transformar um coração de pedra em um de carne (Ez 36.26) é o mesmo que nos ordena a guardar a Palavra nesse novo coração a fim de não pecar contra ele (Sl 119.1). É ele também que nos exorta a confiar nele, abandonando a autoconfiança, ao invés de presumirmos estar de pé por nossos próprios méritos, arriscando-nos a cair (1Co 10.11-13).
Para terminar...
Minha oração é para que o Deus de toda a consolação guarde e console o coração dos familiares e amigos das vítimas e para que o Senhor nos dê plena convicção de que, pecadores que somos, estamos sujeitos a atitudes também horríveis, a não ser que sejamos plenamente sustentados por sua graça e misericórdia.
Que proclamemos que o Deus que nos redimiu é poderoso para salvar todos aqueles que, arrependidos, se achegam a ele pela fé. Lembre-se que o maior pregador cristão, Paulo, perseguia e matava os crentes, até que foi transformado pelo Senhor. Há redenção em Cristo Jesus!
Que busquemos, pela Escritura, conhecer mais o Redentor e que vivamos plenamente para sua glória e louvor.
Rev. Milton Jr. (Igreja Presbiteriana em Praia do Canto - Vitória/ES)
A tragédia entristeceu o Brasil e não era para menos. O saldo de tamanha brutalidade são 12 crianças mortas e 11 que permanecem internadas. A sociedade está chocada e muitos começam questionar as causas. Teria o assassino algum distúrbio mental? Estava ele possuído por demônios? O crime foi tão bárbaro que muitos se negam a acreditar que alguém em sã consciência seja capaz de uma monstruosidade como essa.
Como cristão, não posso deixar de pensar em toda essa questão à luz da Palavra de Deus. Faço, então, algumas considerações:
1. A queda afetou profundamente o homem
Ainda que o homem tenha sido criado santo, à imagem de Deus (Gn 1.26-28), com a desobediência de Adão (Gn 3) todos passaram, a partir de então, a ser inclinados para o mal. Tudo aquilo que o homem deseja, pensa e faz, está afetado pelo pecado. Paulo, citando vários textos do Antigo Testamento, pinta um retrato nada agradável do homem pós-queda. Diz o apóstolo: como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos – Rm 3.10-18 (grifos meus).
A isso chamamos “depravação total”, resultado da queda de Adão. Nesse ponto você, leitor, pode estar dizendo: “mas eu não me enquadro nessa descrição tão horrível”, e eu respondo: não seja tão apressado. Repare que o texto afirma peremptoriamente que “não há um sequer”, portanto, eu e você, inevitavelmente fazemos parte do grupo.
É claro que o conceito de depravação total diz respeito à extensão e não à profundidade, ou seja, a doutrina quer ensinar que o pecado afetou todas as faculdades do homem e não que o homem é tão mal quanto poderia ser. Apesar de todos serem potencialmente capazes das piores atrocidades, não são todos que as cometem e isso por pelo menos 3 razões: a) Mesmo com a queda, o homem é ainda imagem e semelhança de Deus, ainda que essa imagem esteja distorcida; b) A graça comum de Deus, que alcança até os que se opõem a ele, refreia o pecado; c) O Espírito Santo, por meio da Palavra, santifica aqueles que foram regenerados pelo Senhor.
Diante disso, afirmar, ou mesmo cogitar, que o assassino só poderia estar insano ou endemoninhado para cometer tal barbárie é subestimar o poder do pecado e a consequência do afastamento entre o homem e Deus. O homem não precisa da ajuda do diabo para manifestar sua maldade inerente. Ele é capaz por si só, e muitas vezes o faz quando tem oportunidade.
2. As ações são resultado dos desejos do coração
Em um texto anterior demonstrei que o homem é governado pelo seu coração. Esse ensino é abundante nas Escrituras, o que controla o coração controla o homem. Salomão, com a sabedoria que lhe era peculiar escreveu que “como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem” (Pv 27.19). Jesus enfatizou que “do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19).
Há quem diga que o homem é aquilo que ele come, referindo-se à saúde do corpo. A verdade bíblica, porém, é que o homem é aquilo que ele crê (e isso engloba também a forma como se relaciona com os alimentos). As ações são resultado de convicções, e as convicções resultado daquilo que controla o coração.
Muitos tentam desculpar o homem apontando para as questões sociais ou culturais como causa do “comportamento inadequado”, porém, mesmo sabendo que essas questões podem influenciar, elas não são determinantes, antes, tais circunstâncias servem para revelar o que está latente no coração do indivíduo que acaba por agir em conformidade com ele.
Demonstrarei isso de forma prática com duas histórias que também envolvem o assassinato de crianças, ambas dos personagens citados no título, Herodes e Faraó.
A Bíblia relata que por ocasião do nascimento de Jesus alguns magos chegaram a Belém inquirindo sobre o nascimento do Rei dos judeus. Herodes ficou alarmado com a notícia e mandou que os magos o avisassem. Quando percebeu que os magos o haviam iludido, pois foram divinamente advertidos em sonho, enfureceu-se e mandou matar todas as crianças abaixo de dois anos (cf. Mt 2.1-18).
O que governava o coração de Herodes era o desejo de permanecer sendo rei. Sua convicção era a de que qualquer ameaça à sua condição de rei deveria ser eliminada, e foi isso que tentou fazer, mandando matar as crianças.
A segunda história é bem anterior a essa, aconteceu logo depois que José, filho de Jacó morreu. O livro de Êxodo afirma que logo após sua morte, levantou-se um novo rei no Egito que não conhecia a José. Ele começou a preocupar-se com o crescimento dos hebreus e temendo que o povo, em vindo a guerra, se ajuntasse aos seus inimigos e saíssem da terra, mandou colocar feitores sobre o povo para afligi-lo. Porém, quando mais afligido, mais o povo crescia. O rei arquitetou então outro plano, mandou que as parteiras matassem todos os meninos que nascessem das hebréias, o que não aconteceu somente porque as parteiras foram desobedientes (Ex 1.1-22).
O que governava o coração do rei era o desejo de continuar dominando os hebreus. Sua convicção era a de que nada poderia atrapalhar isso e sua ação foi para que seu intento prevalecesse.
As histórias confirmam ainda mais a tese de que o homem é governado pelo seu coração quando percebemos que os guardas, temendo Herodes, mataram as crianças, enquanto as parteiras, por temer ao Senhor, desobedeceram ao rei.
Em nossos dias não é diferente. Os homens bomba muçulmanos explodem-se em atentados terroristas convictos de que receberão como recompensa vinho e 72 virgens. Certamente o assassino do Rio tinha também suas motivações, ainda que não saibamos quais eram e talvez nunca venhamos saber. Uma coisa é certa, atribuir o assassinato a distúrbios mentais ou a endemoninhamento implica em retirar dele toda a responsabilidade moral pelo ato.
3. Devemos ter cuidado com o nosso coração
Quando nos deparamos com um crime tão bárbaro como esse do Rio os sentimentos se misturam. Tristeza, revolta e ira, são apenas alguns deles, mas, diante do Senhor, devemos examinar nosso coração. Esse exame deve levar em consideração algo que vai além desta tragédia e deve ser abrangente o suficiente para abraçar outros acontecimentos ao redor do mundo, que são igualmente tristes e revoltantes.
Nosso coração é enganoso e pode pregar uma peça nada engraçada nos fazendo impactar com este evento e, contudo, expressar sentimentos que não tem direta relação com a glória de Deus e a compaixão com o próximo. Podem, antes, expressar um coração que, em seu egoísmo, pensa de si mesmo ser alguém que é melhor e procura desesperadamente alguém pior do que ele mesmo! O que estou tentando dizer é que a forma como lidamos com o pecado alheio pode revelar que, no fundo, achamos que somos capazes por nós mesmos de não fazer coisas semelhantes. Uma história que acho formidável e que revela um coração consciente da sua pecaminosidade e do cuidado de Deus envolve o pastor presbiteriano Matthew Henry. Conta-se que, ao voltar da universidade onde lecionava foi assaltado e fez a seguinte oração:
“Quero agradecer, em primeiro lugar, porque eu nunca fui assaltado antes. Em segundo lugar, porque levaram a minha carteira, e deixaram a minha vida. Em terceiro lugar, porque mesmo que tenham levado tudo, não era muito. Finalmente, quero agradecer porque eu fui aquele que foi roubado e não aquele que roubou”.
A percepção de Mattew Henry é perfeita. O que o diferenciava do ladrão era a maravilhosa graça de Deus que o havia regenerado e o conservava firme.
Devemos estar também muito bem conscientes disso. Aquele que é o único com poder para transformar um coração de pedra em um de carne (Ez 36.26) é o mesmo que nos ordena a guardar a Palavra nesse novo coração a fim de não pecar contra ele (Sl 119.1). É ele também que nos exorta a confiar nele, abandonando a autoconfiança, ao invés de presumirmos estar de pé por nossos próprios méritos, arriscando-nos a cair (1Co 10.11-13).
Para terminar...
Minha oração é para que o Deus de toda a consolação guarde e console o coração dos familiares e amigos das vítimas e para que o Senhor nos dê plena convicção de que, pecadores que somos, estamos sujeitos a atitudes também horríveis, a não ser que sejamos plenamente sustentados por sua graça e misericórdia.
Que proclamemos que o Deus que nos redimiu é poderoso para salvar todos aqueles que, arrependidos, se achegam a ele pela fé. Lembre-se que o maior pregador cristão, Paulo, perseguia e matava os crentes, até que foi transformado pelo Senhor. Há redenção em Cristo Jesus!
Que busquemos, pela Escritura, conhecer mais o Redentor e que vivamos plenamente para sua glória e louvor.
Rev. Milton Jr. (Igreja Presbiteriana em Praia do Canto - Vitória/ES)
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