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sexta-feira, 27 de março de 2015

FÉ OU OTIMISMO, QUAL DESSAS ATITUDES GUIA A SUA VIDA?

Tenho lido muitas mensagens que têm por finalidade proporcionar esperança diante de situações adversas que a vida inevitavelmente nos impõe. É evidente que Isso é muito bom e salutar, mas é justamente no afã de promover esperança que muitos, inclusive religiosos, confundem fé com otimismo.  Deus nos chamava para vivermos por fé, e não por mero otimismo em relação ao futuro. Qual a diferença entre fé e otimismo? Você sabe distinguir uma atitude da outra? Esse artigo tem por objetivo desfazer esse conflito de termos, e promover nos corações a verdadeira fé que tem sua origem em Deus e nEle se refugia (Salmo 46. 1-2). Vejamos alguns pontos:

1 (1) O otimista não precisar ser necessariamente religioso, até o ateu pode ter uma visão positiva em relação ao mundo e as cousas - ele descarta Deus do horizonte da sua história, e enxerga soluções promovidas pelas suas próprias ações. Em contrapartida, evidentemente aquele que anda por fé apóia-se totalmente em Deus – é Ele o sustentador das suas convicções. Esse faz de Deus a sua força e o seu provedor nos momentos difíceis da vida.

2(2)  O otimista tem por base uma certa lógica que orienta suas convicções a qual  aponta uma luz no fim do túnel, ou seja ele vê uma solução para crise mediante algo inteligível e absolutamente racional. A fé, porém, opera no impossível. A fé não se projeta mediante “luz no fim do túnel” - ela age no improvável, sob circunstâncias absolutamente adversas   que desafiam à lógica e à racionalidade. O apóstolo Paulo relatando a fé de Abraão, escreveu: “Abraão, esperando contra a esperança, creu...”(Romanos 4.18a)  – lindíssimo retrato da fé que desafia as impossibilidades humanas e se ergue ousadamente vendo o invisível.

3(3) O otimista tem como base do seu conforto e segurança a concretização das suas expectativas. Caso elas venham a falhar o que resta? Certamente: dor, frustração e revolta – além da profunda decepção e receio de encarar os outros de frente. Aquele, porém, que exercita a sua fé não tem como base da felicidade e sucesso a concretização dos seus anseios, mas ele se realiza em Deus. Tal fé é expressa vividamente nas belas palavras do profeta Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, o produto da oliveira minta, as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação”. O Senhor Deus é a minha fortaleza  (Habacuque 3. 17-19a).

4(4) Por fim, o otimismo é uma mera fabulação do corrupto e enganoso coração humano - em outras palavras, é ter fé na fé.  Em contraste total, a verdadeira fé é uma concessão divina.  Encontramos essa fé na experiência de Jó quando mergulhado em profundas tragédias pessoais ousou dizer: “Porque eu sei que o meu redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido esse meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus” (Jó 19. 25). Outro herói da fé, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou: “Porque eu estou bem certo de quem nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8. 38-39). Esses magníficos  exemplos  testemunham que a fé é uma dádiva entregue aos santos. É o lado externo e prático da fé salvadora. É maravilhoso saber que o doador dessa fé preserve-a ao longo da nossa jornada nesse mundo, a despeito das angústias e tribulações próprias desse mundo tenebroso.

É certo que experimentamos dias difíceis. Vivemos atualmente numa conjuntura  embebida em crises. Elas estão claramente instauradas por aí: crise política, econômica e moral.  Comentaristas econômicos, cientistas políticos e jornalistas desenham um cenário assustador para o nosso país. Como nós, os filhos de Deus, encaramos esses fatos incontestáveis? Com mero otimismo no esforço humano? Com desesprança?  A resposta é simples: com fé em Deus! Não aquela fé cantada por Gilberto Gil: “Andar com fé eu vou, a fé não costuma falhar”. Mas nos concentramos na fé que se alicerça nas palavras do Senhor Jesus.  Convido você a não olhar para o futuro com os óculos da desgraça, mas com a lente da esperança - olhando firmemente para o autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12.2). CRISTO VIVE, REINA E TRIUNFA!!! PARTICIPEMOS DO SEU REINADO!!! AMÉM


Rev. Naziaseno Cordeiro Torres
Pastor na Congregação Presbiterial em Frei Paulo (interior de Sergipe,) jurisdicionada ao Presbitério de Sergipe (PSER).

Um comentário:

Rev. Tiago Silveira disse...

Muito boa reflexão. Me abençoou bastante.