Tenho lido
muitas mensagens que têm por finalidade proporcionar esperança diante de
situações adversas que a vida inevitavelmente nos impõe. É evidente que Isso é
muito bom e salutar, mas é justamente no afã de promover esperança que muitos,
inclusive religiosos, confundem fé com otimismo. Deus nos chamava para vivermos por fé, e não
por mero otimismo em relação ao futuro. Qual a diferença entre fé e otimismo?
Você sabe distinguir uma atitude da outra? Esse artigo tem por objetivo
desfazer esse conflito de termos, e promover nos corações a verdadeira fé que
tem sua origem em Deus e nEle se refugia (Salmo 46. 1-2). Vejamos alguns
pontos:
1 (1) O otimista não precisar ser necessariamente religioso, até o ateu pode ter uma
visão positiva em relação ao mundo e as cousas - ele descarta Deus do horizonte
da sua história, e enxerga soluções promovidas pelas suas próprias ações. Em
contrapartida, evidentemente aquele que anda por fé apóia-se totalmente em Deus
– é Ele o sustentador das suas convicções. Esse faz de Deus a sua força e o seu
provedor nos momentos difíceis da vida.
2(2) O
otimista tem por base uma certa lógica que orienta suas convicções a qual aponta uma luz no fim do túnel, ou seja ele
vê uma solução para crise mediante algo inteligível e absolutamente racional. A
fé, porém, opera no impossível. A fé não se projeta mediante “luz no fim do túnel”
- ela age no improvável, sob circunstâncias absolutamente adversas que desafiam à lógica e à racionalidade. O
apóstolo Paulo relatando a fé de Abraão, escreveu: “Abraão, esperando contra a esperança, creu...”(Romanos
4.18a) – lindíssimo retrato da fé que
desafia as impossibilidades humanas e se ergue ousadamente vendo o invisível.
3(3) O otimista tem como base do seu conforto e segurança a concretização das suas
expectativas. Caso elas venham a falhar o que resta? Certamente: dor,
frustração e revolta – além da profunda decepção e receio de encarar os outros
de frente. Aquele, porém, que exercita a sua fé não tem como base da felicidade
e sucesso a concretização dos seus anseios, mas ele se realiza em Deus. Tal fé
é expressa vividamente nas belas palavras do profeta Habacuque: “Ainda que a
figueira não floresça, nem haja fruto na vide, o produto da oliveira minta, as
ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu
me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação”. O Senhor Deus é a minha
fortaleza (Habacuque 3. 17-19a).
4(4) Por fim, o otimismo é uma mera fabulação do corrupto e enganoso coração humano - em
outras palavras, é ter fé na fé. Em
contraste total, a verdadeira fé é uma concessão divina. Encontramos essa fé na experiência de Jó
quando mergulhado em profundas tragédias pessoais ousou dizer: “Porque eu sei
que o meu redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido
esse meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus” (Jó 19. 25). Outro
herói da fé, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou: “Porque eu estou bem certo
de quem nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem os principados, nem as coisas
do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade,
nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8. 38-39). Esses magníficos exemplos
testemunham que a fé é uma dádiva entregue aos santos. É o lado externo
e prático da fé salvadora. É maravilhoso saber que o doador dessa fé preserve-a
ao longo da nossa jornada nesse mundo, a despeito das angústias e tribulações
próprias desse mundo tenebroso.
É certo que experimentamos
dias difíceis. Vivemos atualmente numa conjuntura embebida em crises. Elas estão claramente
instauradas por aí: crise política, econômica e moral. Comentaristas econômicos, cientistas políticos
e jornalistas desenham um cenário assustador para o nosso país. Como nós, os
filhos de Deus, encaramos esses fatos incontestáveis? Com mero otimismo no
esforço humano? Com desesprança? A
resposta é simples: com fé em Deus! Não aquela fé cantada por Gilberto Gil:
“Andar com fé eu vou, a fé não costuma falhar”. Mas nos concentramos na fé que
se alicerça nas palavras do Senhor Jesus. Convido você a não olhar para o futuro com os
óculos da desgraça, mas com a lente da esperança - olhando firmemente para o
autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12.2). CRISTO VIVE, REINA E TRIUNFA!!!
PARTICIPEMOS DO SEU REINADO!!! AMÉM
Rev. Naziaseno
Cordeiro Torres
Pastor na
Congregação Presbiterial em Frei Paulo (interior de Sergipe,) jurisdicionada ao
Presbitério de Sergipe (PSER).
Um comentário:
Muito boa reflexão. Me abençoou bastante.
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