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quarta-feira, 20 de maio de 2015

UMA PALAVRA AOS PAIS SOBRE O NAMORO NA ADOLESCÊNCIA



 “Tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Salmo 90:10b). Esse versículo se aplica muito bem ao desenvolvimento dos nossos filhos. Eles nascem, entram no nosso coração e cabem nas palmas das nossas mãos. De repente, tudo rapidamente passa, eles continuam no nosso coração, mas seus corpos crescem e não somos mais capazes de suportar seus pesos nas mãos – na adolescência o peso é transferido para o coração.  Nessa fase os pais são confrontados com questões peculiares da fase. Enquanto estamos ainda com as nossas mãos cheirando à berço, somos surpreendidos com os questionamentos dos nossos pimpolhos  sobre o namoro. Recentemente minha filha de oito anos me perguntou: “Papai, eu posso  namorar com quantos anos?” Olhei para minha esposa, desconversei e sai de cena intrigado com a perturbadora pergunta.  Mais cedo ou mais tarde, nós, pais, iremos nos confrontar com situações embaraçosas que envolvem relacionamentos dos nossos filhos com outros, tendo em vista o namoro. Seremos inevitavelmente forçados a nos posicionar. E agora? O que fazer? É lícito o namoro na fase da adolescência? O que a Palavra de Deus tem a dizer? Convido você a refletir um pouco comigo, e , em solidariedade recíproca, procurarmos uma luz nessa angustiante tarefa de criar filhos em um mundo pós-queda. 
O que a Bíblia diz em relação ao namoro? Bom, ela não diz absolutamente nada. Encontramos nas Escrituras Sagradas relatos culturais que mostram uma etapa que antecede ao casamento. Seria essa fase um namoro? Se for, então, é muito diferente do que conhecemos hoje. Vejamos:
Antes do casamento propriamente dito havia uma cerimônia que se assemelha, hoje, ao noivado.  Um exemplo clássico foi o relacionamento de José com Maria.  Mateus, descrevendo o nascimento do nosso Salvador, diz: “Ora, o nascimento de Jesus se deu assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mateus 1.18). A expressão despojada indica um acordo pré-nupcial. Nesse acordo alguns pontos, entre outros, merecem destaquem:
1.       Quase sempre os pais arrumavam os pretendentes para os seus filhos, com exceções raras o filho homem poderia escolher sua futura esposa; mas sempre com a anuência dos pais.
2.       O noivado durava em média 01 ano.
3.       As pessoas se casavam cedo em Israel. Muitos rabinos opinavam que a idade ideal para o homem era dezoito anos.  No que diz respeito às mulheres, elas eram casadas no momento em que tivessem fisicamente aptas para isso, o que, segundo a Lei, era aos doze anos e meio. Quando Maria deu à luz ela não tinha provavelmente mais de quatorze anos de idade.
Evidentemente, não podemos transpor uma cultural oriental de centenas de anos passados para o nosso tempo. Entretanto, os princípios podem - e devem ser - aplicados nos nossos dias em relação ao relacionamento amorosos dos nossos filhos:
1.       A participação ativa dos pais nesse passo tão importante. Infelizmente os pais são omissos nessa fase importante na vida  dos seus filhos. Se eles vivem na casa  dos seus pais, estão sob a tutela dos mesmos. Na verdade os pais não devem apenas opinar, mas aprovar ou não o namoro dos seus filhotes.  Se os pais não tiveram uma participação plena no processo de namoro dos filhos, estão deixando-os à deriva das suas próprias escolhas e  promovendo um futuro fracasso em seus relacionamentos.
2.       A preparação para o casamento não deve se prolongar por anos à fio. Um curto espaço de preparação  que seja suficiente para perceber a aprovação de Deus é necessário. O noivado não é o espaço para providenciar casa e utensílios domésticos. Isso se consegue com o tempo, pela força do trabalho e com a bênção de Deus.  É triste saber de casos nos quais o noivado se estende por anos e anos, e, como conseqüência, o temor de Deus é perdido abrindo-se espaço para relações sexuais que deveriam acontecer no contexto do casamento. Aí o casamento é condenado ao fracasso (em outro artigo falarei sobre os perigos do sexo antes do casamento).
3.       Compromisso. Essa é a palavra chave! Não deveria existir namoro sem a seriedade de um casamento à curto prazo.  Não é errado namorar na adolescência, mas o erro é namorar sem o compromisso de um envolvimento duradouro. Digo mais: se o namoro não tem esse fim, tal namoro é promíscuo e imoral!!!  O pai deveria chamar o namorado da sua filha para uma conversa, e perguntar-lhe sobre suas reais intenções com a sua filha. Além disso, deveria conscientizar o pretendente da necessidade de casar com ela, e logo!!! Talvez você ache que isso seja um absurdo, mas eu lhe digo  que absurdo é permitir que os filhos tenham vários parceiros sem compromisso durante a adolescência com atividade sexual plena. E os pais o que fazem? Fecham os olhos.  Ou será que isso é irreal??

Bom, esse artigo tem por finalidade chamar a atenção dos pais sobre o namoro dos seus filhos adolescentes.  Na realidade é incentivar pai e mãe a abrir os olhos e se envolver plenamente na vida amorosa das suas crianças. Eu acredito no namoro na adolescência, pois era algo muito comum nos tempos bíblicos. Eu creio que o jovem deve casar cedo, e construir uma vida a dois depois do casamento. Creio que Deus abençoa corações sinceros que se casam novos para não pecarem contra o Criador.  Na minha vida pastoral acompanhei o namoro, noivado e casamento de dois casais que começaram a se relacionar no início da adolescência.  Hoje são felizes, bem casados, sustentados por Deus e com um belíssimo testemunho que influencia muitos jovens.  Por fim, aconselho:  pais, não condenem seus filhos ao fracasso de um casamento futuro. Hoje faça a diferença na vida deles. O que Deus requer é que você seja simplesmente pai e mãe!!!


Rev. Naziaseno Cordeiro Torres

3 comentários:

João disse...

Ótima postagem! Que Deus abençoe muitas pessoas por ela.

A Esperança Puritana disse...

Obrigado, João. Deus nos abençoe!!!

Ulysses disse...

Texto muito interessante! N
Não acho que o namoro na adolescência nos dias de hoje seja saudável. E digo mais, sequer deve ser cogitado.

Exponho meus motivos:

Nos tempos bíblicos, a maturidade mental e financeira se dava de forma muito mais rápida, já que o meio de subsistência, em suma, o trabalho, àquela época era praticamente braçal; não havia a necessidade de estudo para se conseguir conquistar as coisas, além de tudo ser mais barato (pagava-se comida e vestimenta); ou seja, a independência financeira era tangível aos 17, 18 anos, algo quase impossível para um cidadão hodierno, com exceção de alguns casos (filho de rico ou quem não tem possibilidade de estudar e acaba por ter um salário baixo, vivendo às duras penas).

Se o homem ou a mulher desejam estudar, se qualificar para o mercado, procurar uma boa profissão que mantenha uma mediana qualidade de vida, não há a menor perspectiva de casamento até no mínimo os 25 anos de idade.

Um namoro iniciado aos 15 anos não fará nada mais do que abrasar os dois, pois a esta idade, tanto homem quanto mulher, estão no auge do desejo sexual. Assim, sem vislumbrar qualquer chance de casamento a curto prazo, a tendência é que comecem a manter relação sexual da forma errada (há exceções, é verdade, pois conheço casais que namoraram mais de 10 anos e seguraram a onda).

Vejamos:
A adolescência começa por volta dos 14 anos. Imagina que haja um namoro entre um menino e uma menina com essa idade e suas famílias têm estudo, têm bom nível cultural e social. Qual você acha que será o prazo mínimo para esses dois jovens noivarem? No mínimo no fim da faculdade.

Termino minha exposição assim: há uma idade certa para se começar a namorar? Não. Mas o relacionamento só deve ser iniciado quando ambos tiverem maturidade mental e o homem, pelo menos, independência financeira (não digo ser rico ou ter condições de dar vida boa, porém, ele deve reunir capacidade suficiente para suprir as demandas da família).