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sábado, 8 de janeiro de 2011

PEDACINHO DE MIM

Homenagem a Arthur Augusto, meu filho, nascido há um mês.
Ei?!!!! Pedacinho de mim. Falo tanto e pra tantos. Hoje, gostaria apenas a sua atenção.  Mas, o que dizer? Bom, vamos lá. Primeiro quero dizer que o seu mundo deixou de ser seguro. Antes você estava no ventre materno – escuro, mas aquecido pelo cuidado da sua mãe e longe dos perigos externos.  O seu choro ao nascer prefigura e simboliza a passagem  para o lado da habitação dos homens. Sempre me pergunto, pedacinho de mim, Por que os bebês ao nascer ao invés do choro não celebram a vida com sorrisos e gargalhadas? O pior de tudo é que sou incompetente na possibilidade de mudar esse seu sentimento ao nascer: preparei o seu quarto, comprei o seu berço – fiz de tudo para promover o seu bem-estar e prazer, mas não consigo tirar dos seus olhos as lágrimas.   Pena que a sua primeira cena ao lado do sol seja essa amarga experiência.  Agora, há outras coisas que você precisa saber:  Eles vão furar o seu pezinho, e vai sair sangue – vai doer muito.  Além disso, pedacinho de mim, você vai sentir uma agulhinha penetrando dolorosamente na sua pele – isso chama-se vacina.  Essa experiência vai ficar marcada pelo resto da sua vida no seu bracinho. E isso é só o começo... hum... depois vem tantas.  Algumas podem provocar reações no seu corpinho – febre, dor de cabeça e enjôo. Mas, não se preocupe nessas horas você vai tomar remédio. Por que você está me olhando assim? Remédios são bons. Muito embora alguns podem fazer mal. De qualquer forma  caso você tenha alguma alergia aos remédios eles passam outros remédios, e isso inclui, às vezes, injeção. Como? Injeção são aquelas agulhinhas que entram na sua pele – isso eu já expliquei. Agora, você teve sorte pelo fato de ter nascido homem. Se você fosse uma nenezinha iam furar as suas orelhas. Isso!  sim as duas. Injeção? Não! Vacina? Não! Pedacinho de mim eu sou homem também, como eu vou saber? Mas eu sei que fura.  Se dá reação? Boa pergunta.  Bom, não sei; mas fica bem vermelhinha a região do furo. Agora, esse tipo de dor é prá deixar a pessoa agradável aos olhos – isso chama-se vaidade. Não entendeu né? Eu também não. Tá com saudade da barriguinha da mãe, né? Quer volta prá lá? Mas, não pode. Na realidade você foi expulso. Mas, o que eu poderia falar prá você? Já sei!!! Vou contar uma história que tem tudo haver com você. Bom, era uma vez um casal que morava num lugar bem seguro chamado Jardim do Éden.  Eles, assim como você, foram expulsos também. Choraram e sentiram dor. Opa!!! Pedacinho de mim durmiu. Adormeceu sem ouvir a história. Eu iria falar sobre a vaidade – o procurar o que é agradável aos olhos. E principalmente iria falar que é possível voltar para um lugar seguro.  Eu preciso concluir essa história para ele, senão ele vai crescer fugindo da luz do sol, buscando o útero perdido – as trevas, a escuridão. E se ele for pedacinho de mim vai embora!!!

4 comentários:

Clarissa Vilela disse...

Ai que lindo!!! amei :)) Deus abençõe o pequeno Arthur!! Parabens pela familia !!!

A Esperança Puritana disse...

Oi Clarissa, obrigado pela sua visita ao blog. Deus abençoe também a sua família. Abraços.

dirlei Lopes Rios Alencar disse...

Que lindo!!Que filho feliz!!!!!!
Ao que tudo parece desde o ventre já desfrutava desse cuidado do papai em contar-lhe histórias tão reais.Posso imaginar o que está por vir.
Certamente o Arthur crescerá não só em estatura mas em graça e no conhecimento de Deus.Maravilha!!!! Deus abençoe com toda sorte de benção essa linda familia!!
com todo carinho,
Dirlei

A Esperança Puritana disse...

Dirlei,

Obrigado pela sua visita. Um grande abraço.