Bem-Vindos

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Homenagem ao Presbítero Israel Peixoto

Presb. Israel - último à direita





Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto dura.

Cora Coralina (1889-1985)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Saúde Espiritual

Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. (Marcos 4:16-17)

Já vi muita gente dizer que estava bem de saúde e depois cair de cama. Há casos de pessoas que não estavam sentindo absolutamente nada de anormal em sua saúde e que vieram até a falecer. Isso porque a sensação de bem estar que experimentamos nem sempre corresponde à situação real de saúde de nossos corpos. Nunca passei mal por causa de pressão arterial alta; mas, depois de colocar um aparelho no braço durante 24 horas, percebi que a mesma oscilava durante o dia e atingia uma medida não muito saudável; o fato de não sentir nada não queria dizer que eu não tinha nada. Penso que a nossa saúde espiritual também se assemelha muito a nossa saúde física neste particular. O fato de acharmos que estamos espiritualmente bem não significa que seja uma percepção verdadeira.

Às vezes, aferimos nossa comunhão com Deus e com a igreja com base na experiência que estamos vivenciando no momento. Tudo parece muito bem, mas, na verdade, algo está muito errado. Achamos que estamos bem espiritualmente se estamos bem empregados, não temos problemas de saúde, não brigamos com ninguém na igreja, não falamos palavrão, vamos aos cultos e trabalhamos em alguma atividade eclesiástica. Mas, de acordo com o texto de Marcos, essa situação definitivamente pode não corresponder à realidade.

A igreja de Corinto achava que estava muito bem porque era rica em dons espirituais. Mas eles eram altivos, estavam divididos e toleravam uma situação pecaminosa grave dentro da igreja. A igreja de Laodicéia era rica e abastada e achava que não precisava de mais nada. Mas o Senhor Jesus diz a ela: “...nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3:17). O que essas igrejas achavam a respeito delas mesmas estava equivocado porque elas aferiam sua comunhão com Deus com base apenas nas experiências exteriores vividas no momento.

A experiência pode parecer importante e, num certo sentido, ela é; mas o profeta Jeremias nos informa que a nossa capacidade de aferi-las como verdadeiras está corrompida, “pois Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). Portanto, só Deus pode nos dar a certeza de que temos comunhão com Ele. E Ele faz isso através do Seu Espírito que opera em nós por meio da Palavra de Deus. Assim como a sensação de bem estar de nossos corpos deve ser aferida através de exames médicos, a nossa saúde espiritual deve ser aferida mediante as Escrituras Sagradas.

O coração do homem é tão corrompido que é capaz de abrigar pecados, falsas doutrinas, porfias, e outras iniquidades e achar que está tudo bem. Sinceridade não é suficiente para atestar nossa saúde espiritual, pois apesar de parecer espiritual, não tem “raiz em si mesma”; mas o que importa é a fidelidade a Deus e à Sua Palavra.

Uma pessoa espiritual é aquela que Deus se agrada em olhar e guardar. Ele mesmo diz quem são essas pessoas: “O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha Palavra” (Isaías 66:2)



Rev. Mauro Renato, pastor na Igreja Presbiteriana de Boa Esperança, Rio de Janeiro. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

AMOR À PÁTRIA


No dia 07 de setembro o Brasil comemora o dia da sua tão sonhada e sangrenta independência. Há 189 anos, as margens plácidas do rio Ipiranga testemunharam o brado retumbante de um povo heróico que anelava tanto pela sua independência e soberania, que a própria vida não lhe fora custosa, ao ponto de preferir a morte a continuar à mercê da tirania.

Contemplar a coragem de homens como Dom Pedro que afrontou os valores da escravidão, de Tiradentes que acabou executado por defender a liberdade de nosso país durante o processo da Inconfidência Mineira, e de tantos outros que anteriormente morreram na luta por este ideal, nos inflama e desafia a despertarmo-nos da dormência causada pelo marasmo da injustiça e corrupção, bem como nos insufla a amarmos e valorizarmos nosso solo pátrio.

Orgulho de ser brasileiro? Não! Orgulho é um sentimento pecaminoso que faz uma ponte curta da alegria para a jactância, impedindo-nos de enxergar os erros, tornando-nos insuportáveis do ponto de vista do alheio.

Desprezo pelo Brasil? Também não! Este outro extremo que voluteia na ingratidão e impede-nos de crescer, nos torna traidores de nós mesmos e cria uma atmosfera tão negativa que fatidicamente nos exila no abismo da insatisfação.

Amor à Pátria! Isto sim deve haver em nosso coração! Amor que não menospreza nem romantiza; amor que aceita e se identifica; amor que respeita e valoriza; amor que aplaude e denuncia.

Deus “amou o mundo de tal maneira”. Ele amou nossa pátria terrestre, se identificou com ela, encarnou-se nela e morreu por ela a fim de salvá-la. Assim também nós, seus filhos, instigados por tão superior exemplo, devemos amar e servir nosso vasto e multicultural Brasil, mostrando que somos um povo que não foge à luta, mas ergue a clava forte da justiça esboçada em princípios éticos e morais elevados que expurgará de nossa mãe gentil o tal do “jeitinho brasileiro” que nos deforma e desmoraliza.

O gigante adormecido precisa ser despertado, pois em meio a tantas mazelas e corrupção, é inadmissível continuar dormindo em berço esplendido.

Ergue-te, ó impávido colosso, e batalha por um futuro de paz, já que tens tantas glórias no passado!

Mostra teu amor próprio através de atitudes claras e irrepreensíveis. Torna-te padrão e magnetiza no teu nobre exemplo, uma postura coerente que emudeça a ignorância dos insensatos e fortaleça os elos dos que constroem a paz.

Desvencilha-te de todo mal, purifica-te de todo erro, quebra todo pacto com a injustiça, reconcilia-te com os teus semelhantes, renova a tua mente e não te esqueças do Senhor teu Deus. Agindo assim, demonstrarás ser verdadeiro o teu amor e então poderás cantar livremente: “Entre outras mil, és tu Brasil, ó pátria amada”!

Rev. Daniel Alves da Costa

1º Tenente Capelão da FAB