No dia 07 de setembro o Brasil comemora o dia da sua tão sonhada e sangrenta independência. Há 189 anos, as margens plácidas do rio Ipiranga testemunharam o brado retumbante de um povo heróico que anelava tanto pela sua independência e soberania, que a própria vida não lhe fora custosa, ao ponto de preferir a morte a continuar à mercê da tirania.
Contemplar a coragem de homens como Dom Pedro que afrontou os valores da escravidão, de Tiradentes que acabou executado por defender a liberdade de nosso país durante o processo da Inconfidência Mineira, e de tantos outros que anteriormente morreram na luta por este ideal, nos inflama e desafia a despertarmo-nos da dormência causada pelo marasmo da injustiça e corrupção, bem como nos insufla a amarmos e valorizarmos nosso solo pátrio.
Orgulho de ser brasileiro? Não! Orgulho é um sentimento pecaminoso que faz uma ponte curta da alegria para a jactância, impedindo-nos de enxergar os erros, tornando-nos insuportáveis do ponto de vista do alheio.
Desprezo pelo Brasil? Também não! Este outro extremo que voluteia na ingratidão e impede-nos de crescer, nos torna traidores de nós mesmos e cria uma atmosfera tão negativa que fatidicamente nos exila no abismo da insatisfação.
Amor à Pátria! Isto sim deve haver em nosso coração! Amor que não menospreza nem romantiza; amor que aceita e se identifica; amor que respeita e valoriza; amor que aplaude e denuncia.
Deus “amou o mundo de tal maneira”. Ele amou nossa pátria terrestre, se identificou com ela, encarnou-se nela e morreu por ela a fim de salvá-la. Assim também nós, seus filhos, instigados por tão superior exemplo, devemos amar e servir nosso vasto e multicultural Brasil, mostrando que somos um povo que não foge à luta, mas ergue a clava forte da justiça esboçada em princípios éticos e morais elevados que expurgará de nossa mãe gentil o tal do “jeitinho brasileiro” que nos deforma e desmoraliza.
O gigante adormecido precisa ser despertado, pois em meio a tantas mazelas e corrupção, é inadmissível continuar dormindo em berço esplendido.
Ergue-te, ó impávido colosso, e batalha por um futuro de paz, já que tens tantas glórias no passado!
Mostra teu amor próprio através de atitudes claras e irrepreensíveis. Torna-te padrão e magnetiza no teu nobre exemplo, uma postura coerente que emudeça a ignorância dos insensatos e fortaleça os elos dos que constroem a paz.
Desvencilha-te de todo mal, purifica-te de todo erro, quebra todo pacto com a injustiça, reconcilia-te com os teus semelhantes, renova a tua mente e não te esqueças do Senhor teu Deus. Agindo assim, demonstrarás ser verdadeiro o teu amor e então poderás cantar livremente: “Entre outras mil, és tu Brasil, ó pátria amada”!
Rev. Daniel Alves da Costa
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