Bem-Vindos

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Em 1999, o pastor Bill Keller lançou o site www.LivePrayer.com. Desde então um número crescente de pessoas passaram a receber diariamente um e-mail devocional. Após mais de 13 anos, o boletim do Liveprayer é lido por mais de 2,4 milhões de assinantes em todo o mundo. Hoje, este é conhecido como o ministério cristão online mais bem sucedido na história da internet.
Bill Keller continua escrevendo diariamente o boletim, tentando abordar “as questões do dia segundo uma visão bíblica de mundo”. Mas ele passou a receber várias críticas quando iniciou uma campanha para que as pessoas escrevessem o nome “Jesus” na cédula de votação nas eleições deste ano. O que é possível no confuso sistema de votação americano.
Em maio, Keller criou o site www.votingforjesus.com para encorajar os “verdadeiros cristãos” a dizerem não tanto para o presidente Obama quanto para Mitt Romney. Segundo o site, quase 2,2 milhões de seguidores de Jesus se inscreveram para declarar sua fé dando seu voto para Jesus.
Keller passou os últimos 6 meses dizendo para quem quisesse ouvir que nenhum cristão, em sã consciência, poderia votar para o presidente mais “pró-aborto, pró-homossexualismo e pró-inimigos de Israel” da história. Da mesma forma, afirmou que os cristãos poderiam votar em um sacerdote de uma família que a cinco gerações servem a uma seita satânica [mormonismo], que leva as almas diretamente para o inferno usando um falso evangelho.
Em um de seus devocionais, Keller escreveu que a eleição disputada entre Obama e Romney, era, literalmente, como Satanás lançando uma moeda com duas “caras”. Independentemente de quem ganhasse, o diabo sairia vencedor. Em sua campanha, o evangelista passou a dizer que a verdadeira mensagem desta eleição seria que o homem que Deus permitisse chegar ao poder nos próximos quatro anos seria uma demonstração do seu julgamento sobre os habitantes dos EUA, por causa de seus pecados e maldades.
Com a vitória anunciada de Obama, Keller declarou que o verdadeiro perdedor desta eleição é o povo dos Estados Unidos, em especial líderes da igreja cristã que comprometeram a verdade bíblica, apoiando abertamente o membro de uma seita satânica, que embora tenha se declarado cristão, sabe-se que as crenças mórmons defendidas por ele são 100% incompatíveis com o cristianismo bíblico.
Para o evangelista, os cristãos perderam uma rara oportunidade de fazer uma declaração de fé e defender a verdade bíblica nas urnas. Ele lembra que a advertência de Deuteronômio 8:20, a qual mostra que Deus destruiria uma nação que virou suas costas para o Senhor agora seria aplicável para os Estados Unidos. “Foi triste ver supostos líderes cristãos como Ralph Reed, Billy Graham, e uma série de outros pastores e líderes de ministérios importantes. Eles venderem sua fé cristã, dizendo que não havia nada de errado com a eleição de um homem que defende essa seita que já levou milhões de almas um falso evangelho. Um homem que pensa que depois de morrer se tornará o “deus” de seu próprio planeta. Estes Judas modernos venderam o Evangelho de Jesus Cristo para a política deste mundo, ignorando o destino das almas eternas dos homens. Não existe essa coisa de ‘mal menor’, pois qualquer um deles continua sendo… MAL! “.
“Os problemas desta nação não são políticos, são espirituais. Fico muito triste em ver quantos supostos líderes negociaram sua fé ao orientar as pessoas para votarem no membro desta seita… Apesar dos milhões de dólares que os mórmons e membros de outras seitas investiram, na tentativa de ajudar Mitt Romney se eleger presidente, Deus disse NÃO!”, escreveu Keller.
Mesmo achando que Obama será o pior presidente da história, ele acredita que os cristãos “precisam entender que é Deus quem tem a palavra final… Ninguém tem falado mais do que eu nos últimos 4 anos sobre o presidente Obama ser um inimigo de Deus, combatendo toda e qualquer questão espiritual levantada”, finalizou.
Agora, Keller está desafiando os 2,4 milhões de leitores do seu Devocional a esquecerem a eleição e concentrar seu trabalho de transformar a nação e levá-la de volta para Deus e Sua verdade, pois para ele está mais claro do que nunca que o fim se aproxima.
Traduzido de Christian News Wire e Voting for Jesus
Via gospelprime

terça-feira, 30 de outubro de 2012

MARTINHO LUTERO, SERVO DA IGREJA


Lutero afixado as 95 teses
MARTINHO LUTERO: SUA INFÂNCIA
       Nasceu em 10 de novembro de 1483 na pequena cidade de Eisleben, na alemanhã.
       Descendente de uma família de camponeses. Seu pai, porém, trabalhava numa mina de ferro. Seus pais eram de poucos recursos durante a infância de Lutero. Mas, com o passar do tempo progrediu e deu a Lutero uma boa educação escolar.
       O preparo religioso de Lutero teve como base aquela piedade simples da idade média, de mistura com a superstição característica daquela época. Era profundamente religioso, mas sem exageros.
       Lutero foi educado  sob a dura disciplina daquele período.
       Apesar disso foi uma criança que demonstrava alegria de viver.

MARTINHO LUTERO: SUA JUVENTUDE
       Aos 18 anos ingressou na mais famosa universidade alemã, a de Erfurt, com o propósito de estudar direito– como era desejo do seu pai.
       Levou 4 anos nos estudos preliminares da sua futura profissão. Era muito estudioso, orador fluente,  gostava de música e era muito sociável.
       Entretanto, algo mudou completamente sua vida: uma grande tempestade na estrada perto de Erfurt. Ele prometeu a Santa Ana tornar-se um monge caso fosse poupado. Evidentemente,  isso desagradou profundamente seu pai e amigos.  Isso foi em julho de 1505. Seu pai chamou esse episódio de “uma tramoia do diabo”.
       Três semanas depois Lutero entrou num mosteiro. Em 1507 foi ordenado e celebrou sua primeira missa aos 24 anos.

MARTINHO LUTERO: SUA VIDA MONÁSTICA
       Lutero entrou num mosteiro da ordem agostianiana em Erfurt.
       No mosteiro, sustentou consigo mesmo uma tremenda batalha espiritual. Tinha entrado ali à procura da salvação, mas não encontrou a paz e a segurança de quem está no caminho de Deus.
       Excedeu-se em jejuns, vigílias, flagelações e procurava no seu confessor a absolvição para o mais leves pecados, até que o aconselharam a moderar a sua austeridade e confessar menos vezes.
       Foi, em vários aspectos, um monge de vida modelar e se tornou famoso na ordem, por sua piedade.
       Entretanto, sua alma ardia com um sentimento de pecado e com o pensamento constante de estar debaixo da ira de Deus.
       No inverno de 1508 ensinou teologia por um semestre na nova universidade em Wittenberg (seus estudos agora em Erfurt eram também principalmente teológico). Tais estudos só fizeram aguçar sua luta interior.
       No inverno de 1510 e 1511 sua ordem o enviou a Roma a negócios.  La ele viu um pouco da corrupção e da luxúria da Igreja Romana e compreendeu a necessidade de uma reforma.
       Em 1511, Lutero foi transferido para Wittenberg. Durante o ano seguinte, tornou-se professor de Bíblia e recebeu seu título de Doutor em teologia.
       Lutero começou a estudar as línguas originais da Bíblia: de 1513 a 1515 deu aulas sobre os Salmos; de 1515 a 1517 sobre Romanos e depois Gálatas e Hebreus.
       Quando preparava suas aulas (no fim 1512 e início de 1513), encontrou a paz interior: a leitura de verso 17 do capítulo 1 de Romanos convenceu-o de que somente pela fé em Cristo era possível alguém  tornar-se justo diante de Deus.

MARTINHO LUTERO:  A VIRADA
       Em 1517, Tetzel, o astuto arcebisbo agente do arcebisbo Alberto, começou a venda de indulgências em Juterborg, próximo a Wittemberg. Lutero e aqueles que o seguiam revoltaram-se contra a exploração do povo por esse sistema coruupto, e decidiram fazer um protesto público. Tetzel ensinava  que o arrependimento não era necessário para quem comprasse uma indulgência, por si mesma capaz de dar perdão completo de todo pecado.
       Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Nelas, condenava os abusos do sistema das indulgências e desafiava a todos para um debate sobre o assunto.
       Lutero não percebeu plenamente que as teses foram um duro golpe no coração do poder da Igreja Romana, pois as teses negavam o pretenso poder da Igreja de ser mediadora entre o homem e Deus e de conferir perdão aos pecadores.
       Enquanto cópias dessas teses eram vendidas por toda a Alemanha, tão depressa fossem impressas, o papa Leão X começou a agir contra esse monge rebelde.

MARTINHO LUTERO:  LUTAS E PERSEGUIÇÕES
       Após a publicação das 95 teses o Papa Leão X intimou Lutero a ir a Roma, mas o Eleitor da Saxônia, interessado em Lutero, protegeu-o, ordenando que seu caso fosse ouvido na Alemanha.
       Seguiram-se conferências com os representantes do Papa que não conseguiram demover Lutero do seu ponto de vista.
       Em julho de 1519, foi debater com John Eck, em Leipzig.  Arguto, Eck conseguiu levar Lutero a admitir publicamente a falibilidade de um concílio geral e a confessar a sua relutância em aceitar as decisões do papa sem questioná-las.
       Então, em junho de 1520, Leão X lançou a bula “Exsurge Domine”, que resutou eventualmente na excomunhão de Lutero caso  não se retratasse de suas “heresias” em sessenta dias.  Os seus livros também foram queimados em Colônia.
       Em resposta, Lutero prontamente queimou em público a bula de Leão X, no dia 10 de dezembro de 1520.
       Diante da atitude de Lutero o papa publicou a terrível sentença final, excomungando Lutero  e o condenando a tas as penalidades consequentes da “heresia”.
       Essa Bula, parar ter efeito,  dependia do poder civil para levar Lutero à morte.
       Carlos V, o novo imperador, convocou, então, uma dieta imperial para Worms, na primaveira de 1521, à qual Lutero, deveria comparecer para responder pelas sua ideias.
       Chegado à Dieta, foi colocado diante de certos livros que escrevera e solicitando a se retratar do que escrevera.
       No dia seguinte apresentou sua defesa na presença dos mais poderosos homens do seu país. Diante dele estavam o imperador e seu irmão Fernando, Arquideque da Áustria... E ao lado deles, sentados, todos os Eleitores e grandes Príncipes do Império, leigos e clérigos, entre estes quatro cardeais. Ao redor dele ficaram os condes, os nobres livres, os Cavaleiros do Império e os delegados das grandes cidades, todos formando um só bloco. Embaixafores de quase todos os países da Europa ali estavam avultando a multidão – pronta para testemunha o feito desse memorável dia.
       Lutero falou vagarosa, calma e confiadamente; e em alguns momentos, com tal poder, que emocionou todos os corações. Recusou modificar a sua posição.
       Ao fim da defesa, o imperador, por intermédio de um oficial, perguntou-lhe se estava disposoto a se retratar das afirmações que fizera. Sua resposta foi:
É impossível retratar-me, a não ser que me provem que estou laborando um erro, pelo testemunho das Escrituras ou por uma razão evidente; não posso confiar nas decisões dos concílios e dos papas, pois é evidente que eles não somente têm errado, mas se têm contradito uns aos outros. Minha consciência está cativa à Palavra de Deus, e não é seguro nem honesto agir-se contra a consciência de alguém. Assim Deus me ajude. Amém”
       A Dieta dissolveu-se em meio de grande confusão. Os espanhóis gritaram: “À fogueira com ele!” Mas os alemães dele se acercaram e, literalmente, sequestraram Lutero e o protegeram no Castelo de Wittenberg onde ficou até 1522.
       Após sua partida de Worms, a Dieta publicou um edito ordenando a todo súdito do Imperador a prender Lutero e encaminhá-lo às autoridades. A leitura de seus escritos foi também proibida.
       Mas a Alemanha zombou do edito e nenhuma tentativa séria jamais foi realizada para levar a efeito a sentença contra Lutero.

MARTINHO LUTERO:  TRIUNFO E MORTE
       A influência de Lutero foi sentida em muitos outros paises além do seu. Desde a aposição das 95 teses, a história do seu rompimento com a Igreja espalhou-se por toda a parte: Boêmia, Hungria, Polônia, na Inglaterra, Escócia, França, nos países baixos, na Escandinávia e mesmo na espanha e Itália.
       Após Lutero outros líderes empunharam a bandeira da Reforma: Calvino, John Knox, Eurico Zuinglio, entre outros fortemente impactados pela Fé e firmeza de Martinho Lutero.
       Em fevereiro de 1546, de súbito, ficou doente. Certa noite depois da refeição, Lutero subiu as escadas e deitou-se para orar. A dor aumentava. Seu amigos esfregavm-no toalhas quentes. Ele teve uma série de ataques, e os médicos foram chamados. Depois de algumas horas de sono, por volta de 1 hora Lutero acordou com Dores.  Ele repetiu em Latim o quinto versículo do Salmo 31. Um amigo (Jonas) perguntou: “Reverendo, você morrerá firmemente em Cristo e na doutrina que pregou?” Lutero respondeu alto o suficiente para todos no quarto ouvirem: “Já”. Ao amanhecer, estava morto.

MARTINHO LUTERO, CONCLUSÃO:  SERVO DA IGREJA

A primeira coisa que peço é que as pessoas não façam uso de meu nome e não se chamem luteranas, mas cristãs. Que é Lutero? O ensino não é meu. Nem fui crucificado por ninguém... Como eu, miserável saco fétido de larvas que sou, cheguei ao ponto em que as pessoas chamam os filhos de Cristo por meu perverso nome?”

Simplesmente ensinei, preguei, escrevi a Palavra de Deus; não fiz nada. E então, enquanto dormia, ou bebia cerveja de Wittenberg com o meu Filipe e meu Amsdorf, a Palavra enfraqueceu tão intensamente o papado que nenhum príncipe ou imperador jamais fez estrago assim. Não fiz nada. A Palavra fez tudo”.




quinta-feira, 15 de março de 2012


Carta a um Universitário Cristão

Alderi Souza de Matos [1]


Caro irmão em Cristo,
Você tem o privilégio de frequentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.
Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez por vezes você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.
Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a ideias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Algumas de suas crenças e valores parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. No intuito de ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.
Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque ajuda a pessoa a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem "sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pe 3.15).
Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A ideia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes - agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos antirreligiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.
Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar e/ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições antirreligiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas vidas.
Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.
Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos), de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?
O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio e Celso, que questionaram a Escritura, as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.
Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius Van Til, C. S. Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado obras mais populares acerca do assunto, apresentado argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs. Um bom exemplo recente é o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé, que possui um capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida. É importante que você, universitário cristão, leia esses autores, familiarize-se com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos divulgados nos meios acadêmicos.
Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso, envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências, apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm representantes da Aliança Bíblica Universitária (ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e alimento sólido para a sua vida com Deus.
Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!


[1] Alderi Souza de Matos é doutor pela Boston University e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

terça-feira, 13 de março de 2012


JONAS 2

INTRODUÇÃO

- O Salmo 139 é um dos mais conhecidos da Bíblia.
Nesse Salmo Davi apresenta o poder de Deus na sua onipotência, onisciência e onipresença.
- Davi escreve nos versos 7 a 12:
7 Para onde me ausentarei do teu Espírito?
Para onde fugirei da tua face?
8 Se subo aos céus, lá estás;
se faço a minha cama no mais profundo abismo,
lá estás também;
9 se tomo as asas da alvorada
e me detenho nos confins dos mares,
10 ainda lá me haverá de guiar a tua mão,
e a tua destra me susterá.
11 Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão,
e a luz ao redor de mim se fará noite,
12 até as próprias trevas não te serão escuras:
as trevas e a luz são a mesma coisa.
- Nesses versos Davi está nos ensinando duas coisas:
1ª – Ninguém foge da presença de Deus. Ninguém se esconde!
·         A grande questão  é que desde Adão os homens tentam fugir da presença de Deus.
2ª – Ninguém foge do plano de Deus.
·         Se você pertence a Deus Ele tem um plano na sua vida, então você não pode escapar!

- Quando nos esquecemos quem somos, e qual o objetivo da nossa existência nessa terra, Deus nos lembra.
  •   O bilhete que ele envia são tempestades.
  •   Jonas é o exemplo maior dessa verdade



- Algumas atitudes de Jonas foram descritas no capítulo 1:
·         Jonas deu às costas para Deus. Rejeitou o seu chamado. Abandonou o seu ofício. Desprezou a sua vocação. ELE FUGIU DA PRESENÇA DO SENHOR!
- Isso porque ele não amava o seu inimigo.
·         Jonas dormia profundamente.  O pecado deixou-o cego, sem entendimento. Louco!
- Deus despertou Jonas por meio de uma grande tempestade.
·         A aflição serviu para Jonas reconhecer quem ele é (um profeta) e qual é o seu trabalho (Interceder a Deus pelo povo).
·         É essa a pedagogia de Deus, também, para nós: SÓ APRENDEMOS NO SOFRIMENTO!
- No capítulo 2 encontramos Jonas com uma atitude completamente diferente.
  • ·         No capítulo 1 ele deu às costas para Deus, já no capítulo 2 o encontramos de joelhos.
  • ·         No capítulo 1 o encontramos dormindo profundamente; já no capítulo 2 encontramos a ele orando.


EXPOSIÇÃO
- O capítulo 2 descreve Jonas orando.
  • ·         Deus sempre vai nos inclinar para oração.
  • ·         Oração é a consciência da presença de Deus.

- Vamos analisar alguns elementos na oração do profeta.
  • ·         O interessante é que nessa oração não há nenhum pedido.
  • ·         Qual foi a última vez que você orou e não expressou nenhum pedido?
  • ·         Quando oramos e não expressamos nenhum pedido a Deus é porque nós só O queremos!
  • ·         Essa é uma oração madura!


ELEMENTOS DA ORAÇÃO DE JONAS

1º – Ação de graças 2. 2-6
e disse:
Na minha angústia, clamei ao Senhor,
e ele me respondeu;
do ventre do abismo, gritei,
e tu me ouviste a voz.
3Pois me lançaste no profundo,
no coração dos mares,
e a corrente das águas me cercou;
todas as tuas ondas e as tuas vagas
passaram por cima de mim.
4Então, eu disse: lançado estou
de diante dos teus olhos;
tornarei, porventura, a ver
o teu santo templo?
5As águas me cercaram até à alma,
o abismo me rodeou;
e as algas se enrolaram na minha cabeça.
6Desci até aos fundamentos dos montes,
desci até à terra,
cujos ferrolhos se correram sobre mim, para sempre;
contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida,
ó Senhor, meu Deus!


2º - Contrição 2. 7-8
7Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma,
eu me lembrei do Senhor;
e subiu a ti a minha oração,
no teu santo templo.
8Os que se entregam à idolatria vã
abandonam aquele que lhes é misericordioso.

3º - Renovação de dedicação – serviço
9Mas, com a voz do agradecimento,
eu te oferecerei sacrifício;
o que votei pagarei.
Ao Senhor pertence a salvação!

CONCLUSÃO
- Orar é ter e desfrutar da presença de Deus. Deus sempre vai nos inclinar à oração. Os problemas e aflições têm como objetivo nos levar a maturidade cristã. O Crente maduro é aquele que só quer Deus, e só se deleita nEle.

sexta-feira, 9 de março de 2012


MEDITAÇÕES NO LIVRO DE JONAS
Texto: Jonas 1

INTRODUÇÃO

- Por que estudar o livro de Jonas? Há pelo menos três motivos que nos convidam a refletir nesse livro.

1° Nesse livro encontramos o caráter santo e maravilho de Deus.
·        Deparamo-nos com a sua soberania, seu poder, seu amor e sua misericórdia. O personagem principal do livro não é Jonas e nem o famoso peixe, mas DEUS.



2º O Livro de Jonas é essencialmente missionário.
·        Jonas teve uma missão diferente dos demais profetas do Antigo Testamento. Isso porque a sua mensagem visava  alcançar os gentios.
·        Isso é interessante porque esse livro nos conscientizar e nos lembra da nossa missão nesse mundo.

3º Jonas é um personagem bíblico que se parece muito comigo e com você.
·        Nós sabemos que temos uma missão, mas quase sempre somos desobedientes e rebeldes.

EXPOSIÇÃO

1 Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2 Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.

- Uma pergunta é fundamental para o entendimento desse capítulo: POR QUE JONAS FUGUI DA PRESENÇA DO SENHOR?

- Jonas é considerado um profeta fujão, covarde, desobediente, rebelde, sem amor e sem misericórdia.
·        Mas é preciso que entendamos quais foram os seus motivos. É bem verdade que nenhum motivo justifica a desobediência a Deus, porém é preciso que conheçamos os seus sentimentos.

- - Diz o texto que Jonas era filho de Amitai? Quem foi Amitai? Amitai era um profeta também. Viveu num período extremamente ruim – ele viveu sob a pressão e opressão dos seus inimigos. Naquele tempo o maior inimigo era a Assíria. Por 14 vezes a Assíria tentou invadir a nação de Jonas, e por 7 vezes chegaram bem pertinho na fronteira. Quando um exército inimigo invadia uma nação três coisas aconteciam de imediato:
- 1° - Eles matavam o rei e a sua família – acabavam com o governo, com a liderança política.
- 2º - Destruíam o Templo – acabavam com a adoração.
- 3º - Matavam o profeta e a sua família – destruíam a liderança espiritual.

- Então, o profeta Jonas viveu essa pressão e opressão por parte dos assírios. Não apenas ele, mas a sua família também
·        Imagine você a dor e a angústia de Jonas – sabendo que a qualquer momento ele poderia ter a sua nação destruída e, principalmente, a sua família.

- Agora, observem a ordem de Deus:

2 Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
- Quem era Nínive?
·        Ninive era a capital da Assíria, ou seja a nação que queria destruir o povo de Jonas.

- O que Jonas fez, então:

3Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.

- Jonas abriu mão do seu cargo, do seu ofício, da sua função de profeta de Deus – ele abandonou o seu chamado.
·        Jonas deixou ser levado pelo ódio, mágoa, ressentimento e rancor.
- Qual foi a sua idéia, o seu plano?
·        Jonas raciocinou do seguinte modo: Se eu não for pregar a Palavra de Deus para os Assírios eles vão se converter. E, se eles não se converterem, Deus vai destruí-los. E Se Deus destruir os Assírios o povo de Deus, a minha nação, estará finalmente livre.

- Eu pergunto, então, Jonas possuía bons motivos para desobedecer a Deus? Aparentemente sim, mas os bons motivos não são suficientes diante da ordem de Deus.

APLICAÇÃO:

- Isso acontece muito conosco. Muitas vezes apresentamos bons motivos para não obedecermos à vontade de Deus. Deus nos ordena para pregarmos o Evangelhos aos perdidos com disposição, mas nós preferimos ficar com os nossos aparentes bons motivos:

- “Senhor, eu estou velho. Eu já fiz o que eu deveria fazer nessa terra. Já trabalhei. Já evangelizei. Agora, eu quero descansar”.
- “Senhor eu não tenho tempo”.
- “Senhor eu não sei evangelizar”.
- “Senhor eu sou tímido”
- “Senhor eu não quero evangelizar porque eu quero é que aqueles que não te adoram e blasfemam do Senhor vão para o Inferno”
·       
-    - Com esses aparentes bons motivos não renunciamos, abandonamos o nosso chamado, a nossa vocação para servir o Cordeiro Jesus.

- Como Deus reagiu diante da desobediência de Jonas?

4Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar.

-Deus revela quem é que, de fato, manda.  Deus torna a vida do desobediente insuportável

- Aqui nos percebemos que Deus é soberano.
·        A natureza obedece à sua voz. É muito mais fácil a natureza, o vento, obedecer a Deus do que o coração do homem.

5Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela.

- Notem que o desobediente coloca em risco aqueles que estão ao seu redor.

"Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente".

- O pecado paralisa, anestesia.
·        O pecado tira o juízo, a sensatez.
·        O pecado cega.

6Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos.

- Os ímpios estavam rogando para que Jonas clamasse ao seu Deus. Certamente eles sabiam que Jonas era um hebreu. Nesse momento Deus estava conscientizando quem ele era. Ele era um profeta.  E a função do profeta era intercedeu a Deus pelo povo. Eu creio que nessa hora Jonas caiu em si (da mesma forma que o filho só caiu em si quando estava no chiqueiro. Lá ele reconheceu que possuía um pai que o amava).

APLICAÇÃO:

As nossas provações e tribulações servem para nos lembrar quem somos e qual a nossa função.

7E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 8Então, lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu? 9Ele lhes respondeu: Sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra. 10Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram: Que é isto que fizeste! Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do Senhor, porque lho havia declarado.

- Eles ficaram espantados: “Como alguém poderia fugir da presença de um Deus que é o criador da terra e do mar”.
·        E eles estava onde? No mar.
·        Então eles ficaram possuídos de grande temor.


APLICAÇÃO:

- Às vezes a nossa vida confunde os ímpios.  Nós falamos uma coisa e vivemos outra coisa. O nosso discurso não está em harmonia com  a nossa prática.


11Disseram-lhe: Que te faremos, para que o mar se nos acalme? Porque o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso. 12Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade. 13Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso contra eles.

- Esses versículos nos ensinam algo sobre o caráter de Jonas.  Jonas era corajoso. Não era covarde.  Estava disposto a dar a sua vida para salvar aqueles homens. E eles eram gentios. Isso nos revela que o problema de Jonas era com os assírios – os seus inimigos.

14Então, clamaram ao Senhor e disseram: Ah! Senhor! Rogamos-te que não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve. 15E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. 16Temeram, pois, estes homens em extremo ao Senhor; e ofereceram sacrifícios ao Senhor e fizeram votos.

- Esses homens se converteram.

- E Jonas? Ele se converteu?

PRÓXIMO POST: Capítulo 2